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Gaeco denuncia quadrilha que rouba fazendas em MT

497a8ea1a6bdcb0eb29c5e4b1dba1d5cOnze pessoas foram denunciadas à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ontem quarta-feira (6), acusadas de integrarem um organização criminosa que praticava roubos de defensivos agrícolas. 

Os alvos principais são fazendas localizadas na região Sul de Mato Grosso. Segundo nota da assessoria do órgão, milhões já foram roubados pelo bando.

A denúncia é assinada pelos promotores Arnaldo Justino da Silva, Marco Aurélio de Castro e Samuel Frungilo.

Segundo os promotores, o grupo começou a praticar os crimes no final do ano passado, tendo o Gaeco reunido provas concretas de seus crimes em pelo menos três fazendas de Guiratinga (328 km ao Sul de Cuiabá): São Sebastião, Aurora e Prata.

Os criminosos são oriundos de Rondonópolis, Guiratinga e Várzea Grande e, segundo o Gaeco, irão responder por constituição de organização criminosa e roubo qualificado.

Consta na denúncia  que após invadirem as fazendas, manterem as vítimas reféns – em alguns casos, amarradas e deitadas no chão ou trancadas em algum cômodo da casa – e carregarem os carros dos próprios proprietários da fazenda com os defensivos agrícolas, o bando ainda tentava chantagear as vítimas.

O bando ligaria para as vítimas e ofereciam a chance de recuperar os bens roubados, sem que tivessem a intenção de devolvê-los.

“Os denunciados ligavam para as vítimas de crimes patrimoniais exigindo determinada quantia em dinheiro, para que elas recuperassem os bens subtraídos, as quais, na maioria das vezes, não conseguiam resgatar seus objetos”, diz trecho da denúncia.

Segundo a denúncia, além dos 11 integrantes já identificados – cuja relação foi comprovada por meio de interceptações telefônicas –, há outros indivíduos envolvidos com a quadrilha, mas que ainda não foram identificados.

“O elo entre os denunciados foi constatado de forma cristalina através das interceptações telefônicas, sendo que todos mantém vínculo através de ligações”, destaca a denúncia.

O Gaeco observou que cada um dos membros já identificados possuiriam funções específicas na quadrilha.

“Há quem participe da execução propriamente dita, outros que são responsáveis pelo apoio logístico/operacional antes e pós-roubo, enquanto outros auxiliam nos crimes de estelionatos, emprestando suas contas bancárias para a execução dos delitos”, diz outro trecho da denúncia.

Ação dos criminosos


Segundo a denúncia do MPE, a primeira ação desmascarada pelo Gaeco ocorreu no dia 18 de dezembro do ano passado, na Fazenda São Sebastião, localizada no distrito de Tesouro, em Guiratinga (328 km ao Sul de Cuiabá).

No local, os bandidos teriam invadido o local por volta das 20 horas, todos encapuzados, e rendido três funcionários do local.

Três membros da quadrilha teriam mantido as vítimas sob a mira de uma arma de fogo, presas em um quarto, enquanto os demais carregavam o carro do proprietário da fazenda, uma picape Strada, com a carga roubada. 

“Eles subtraíram, mediante violência exercida com emprego de arma de fogo, cerca de oito toneladas de defensivos agrícolas, avaliados em aproximadamente R$ 600 mil”, diz trecho da denúncia.

O veículo foi abandonado em uma estrada próxima ao local, uma vez que a carga seria transferida para um caminhão utilizado pelo bando, que seria de propriedade do irmão de um dos integrantes.

As vítimas, por sua vez, permaneceram presas em um cômodo da casa até a manhã do dia seguinte, quando foram encontradas por outros trabalhadores da fazenda.

A segunda ação do bando ocorreu em 31 de dezembro passado, na Fazenda Aurora. Na ocasião, por volta das 17h, a quadrilha – mais uma vez encapuzada – rendeu quatro funcionários da fazenda.

O bando fez as vítimas reféns, agredindo-as, enquanto carregavam os defensivos agrícolas em um caminhão Mercedes Benz, de propriedade do dono da fazenda.

“Ressai dos autos que os denunciados permaneceram na fazenda efetuando o carregamento dos defensivos até às 04h00min do dia 01.01.2014, quando então se evadiram do local levando o veículo e os defensivos agrícolas descritos no B.O. PJC 2014.470.”, diz outro trecho da denúncia.

Parte dos defensivos foram recuperados 15 dias depois, de posse de dois dos denunciados no esquema.

A terceira ação da quadrilha citada pelo Gaeco ocorreu no dia 5 de abril deste ano, na Fazenda Prata, por volta das 19h.

Desse local, além dos defensivos agrícolas, os bandidos levaram ainda as caminhonetes do proprietário da fazenda, bem como os objetos pessoais dos funcionários, tais quais roupas, notebooks, TV, joias, celulares, dinheiro e uma máquina de costura.

“Todos os funcionários tiveram suas mãos amarradas e foram obrigados a deitar no chão, ocasião em que a todo momento eram pressionados para informarem onde estavam os defensivos agrícolas e as chaves das caminhonetes que haviam na fazenda”, diz trecho da denúncia.

Os bandidos deixaram o local por volta das 4h30, segundo a denúncia.

Requerimentos

Os promotores requerem à Justiça, além da aceitação da denúncia, a quebra de sigilo bancário dos 11 integrantes da organização criminosa, bem como a prisão preventiva de três membros do bando.

Os demais já estariam presos por força de prisão preventiva ou por outros crimes não ligados à denúncia, como homicídio.

O Gaeco ainda requer a ratificação da prisão preventiva de cinco integrantes da quadrilha, bem como o indeferimento do pedido de liberdade de dois membros já presos por envolvimento nos roubos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Midia News

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