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Gaeco mira ex-secretários, procuradores e prefeito por desvio de R$ 12 milhões em MT

gaecoO empresário Valdir Piran e o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, prestaram depoimento nesta terça-feira por mais de três horas no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em uma investigação relacionada a suspeita de uma fraude de pagamento de R$ 12 milhões. Ainda estava previsto o depoimento do ex-secretário de Estado Eder Moraes, mas foi adiado. A defesa pediu acesso aos autos para ter conhecimento das suspeitas que estão sendo lançadas.

Atualmente, Piran, Chico Lima e Eder Moraes estão presos preventivamente no CCC (Centro de Custódia de Cuiabá). Os dois primeiros em razão da Operação Sodoma da Polícia Civil e o terceiro em razão de descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça Federal como violação ao uso da tornozeleira eletrônica em processo criminal decorrente da Operação Ararath da Polícia Federal.

Conforme apurado pelo FOLHAMAX, as investigações estão relacionadas uma suspeita de fraude na liberação de um pagamento de precatório autorizado pelo governo do Estado, em 2009, em favor da construtora Bandeirantes Construções e Terraplanagem LTDA. O débito seria referente a construção do posto fiscal Marechal Rondon, no município de Cáceres, construído pela empreiteira na década de 80.

O inquérito foi remetido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ao Tribunal de Justiça pela suspeita de que beneficiários do esquema de corrupção sejam autoridades com foro por prerrogativa de função.

São investigados dois ex-procuradores gerais do Estado e o procurador aposentado. Ainda pesa suspeita contra um ex-deputado estadual e atual prefeito de uma das mais importantes cidades de Mato Grosso.

A quebra dos sigilos fiscais e bancários teria revelado indícios de indícios de que parte do dinheiro supostamente desviado teria sido destinado para contas pessoais de autoridades públicas. A quebra de sigilo dos acusados relacionada ao período de 2004 a 2014 foi autorizada em setembro de 2015 pela juíza da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, Célia Regina Vidotti.

Três ex-secretários de Fazenda na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) também são suspeitos de participação no esquema. As investigações apontaram que parte do valor de R$ 12 milhões à construtora Bandeirantes Construções e Terraplanagem Ltda teria voltado para abastecer as autoridades com pagamento de propina.

O esquema contaria ainda com a participação de um dos sócios da empresa. Na esfera cível, uma investigação também sigilosa é conduzida pelo promotor de Justiça Roberto Turin, que compõe o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público.

FolhaMax

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