Polícia

Gaeco suspeita que deputados receberam R$ 1,4 mi em 16 cheques

Documentos apreendidos foram acrescentados em processo criminal

49e63d67a4ea6d26934d98e7e9e5402c f7766b8f830b8d8c8455956fb57d42afNas provas acrescidas ao processo criminal da Operação Ventríloquo que está em andamento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, promotores de Justiça que compõem o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) sustentam que o ex-deputado estadual José Riva (sem partido) se apropriou de 45% dos R$ 9,3 milhões desviados da Assembleia Legislativa por meio de uma fraude que deveria ser destinado a quitação de uma dívida com o HSBC Seguros contraído ainda na década de 90. O promotor de Justiça Samuel Frungilo revelou que documentos apreendidos na casa do advogado Júlio César Domingues durante a operação policial apontam o comprometimento em devolver parte do dinheiro recebido ao ex-deputado José Riva.

Dominguez segue detido no centro de custódia de Cuiabá. “Encontramos documentos e anotações na casa do advogado Júlio César Domingues em que aponta explicitamente que 45% do valor deste golpe retornou ao ex-deputado José Geraldo Riva, o que corresponde a aproximadamente R$ 5 milhões”, disse.

Em uma das anotações do advogado Júlio César Domingues, é citado que cabia a Riva o montante de R$ 4,185 milhões e logo abaixo as anotações “já paguei” R$ 2,708 milhões e resta R$ 1,477 milhão”. Ao lado, consta outra anotação que faz referência a distribuição de cheques para compensar o montante do dinheiro desviado.

Aparece “16 CH de R$ 90.000,00 mil (R$ 1.440.000,00) e 1 CH de R$ 37.000,00”. O Gaeco suspeita que alguns destes cheques tenham sido destinados para alguns deputados e ex-parlamentares.

Outra prova colhida durante um cumprimento de mandado de busca e apreensão que foi acrescido aos autos do processo criminal foram documentos apreendidos na casa do ex-procurador geral da Assembleia Legislativa, Anderson Godoy, indicando que o valor para pagamento foi superfaturado. “Foi apreendido um laudo contábil onde um contador informa que o valor de R$ 9 milhões estava superfaturado e não deveria ser autorizado. Mesmo assim, o procurador autorizou o pagamento por meio de parecer e pediu a homologação do acordo perante à Justiça. Isso é uma prova de que ele tinha conhecimento das irregularidades e do sobrepreço de R$ 1 milhão”, destacou o promotor de Justiça Marco Aurélio Castro.

Na ação penal da Operação Ventríloquo, são réus o ex-deputado estadual José Geraldo Riva, o ex-secretário geral da Assembleia Legislativa, Luiz Márcio Pommot, e os advogados Anderson Godoi e Júlio César Domingues Rodrigues, este último preso preventivamente no CCC (Centro de Custódia de Cuiabá). Riva também está detido, mas devido a “Operação Metástase – Célula Mãe”.

FolhaMax

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