Governador de Mato Grosso é preso por porte ilegal de arma
O Governador Silval Barbosa (PMDB) foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. A Polícia Federal encontrou, durante as buscas em seu apartamento, uma pistola calibre 380, sem documentação. Por esta razão, Silval foi conduzido à sede da Superintendência da Polícia Federal. Governador deve ser liberado sob pagamento de fiança.
Silval chegou por volta das 11h25 na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Cuiabá. Durante a madrugada desta terça-feira (20), a PF cumpriu busca e apreensão na casa do político depois da determinação do ministro José Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), através da Operação Ararath, deflagrada em novembro passado e que investiga esquema de lavagem de dinheiro.
O governador teria ido até a sede da PF por livre e espontânea vontade para prestar esclarecimentos e colaborar com as investigações.
A Polícia Federal ainda realizou buscas na casa do deputado estadual José Riva (PSD), que foi detido, além de prender também o ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes. Agentes cumpriram também busca e apreensão no gabinete do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Sérgio Ricardo e do conselheiro aposentado Alencar Soares, além da Prefeitura de Cuiabá, Ministério Público Estadual (MPE), casa de um pormotor de Justiça e Assembleia Legislativa.
Parte do inquérito que culminou na operação Ararath foi remetida em novembro ao Superior Tribunal Federal (STF). A medida buscou investigar o envolvimento de integrantes dos poderes Executivo e Legislativo, bem como do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que possuem foro privilegiado.
A operação – Com início em 12 de novembro de 2013, a operação descobriu um esquema de lavagem de R$ 500 milhões através de empresas de factoring e combustíveis comandadas pelo empresário “Júnior Mendonça”. A partir das investigações, a PF descobriu uma série de fatos que abalam as estruturas dos órgãos públicos de Mato Grosso.
O termo “Ararath” foi escolhido pelos agentes por ser o nome de um monte na Turquia onde, supostamente, foi encontrada a Arca de Noé. Isso porque o esquema investigado atualmente em muito se assemelha ao descoberto com a deflagração da operação Arca de Noé, em 2003, que desarticulou as ações de João Arcanjo Ribeiro, à época tido como o chefe do crime organizado no Estado.
O ex-bicheiro era responsável por comandar movimentações financeiras ilegais, por meio de factorings. O responsável por decretar a prisão de Arcanjo foi o próprio juiz federal Julier Sebastião da Silva. Segundo a Polícia Federal, os investigados pela operação Ararath devem ser indiciados e poderão responder pelos crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, bem como ocultação de bens, direitos e valores. As penas estão previstas no art. 16 da Lei nº 7.492/86, podendo chegar à reclusão de 1 a 4 anos e multa, e no art. 1º da lei 9.613/98, com reclusão de 3 a 10 anos e multa.
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