Governadores fortalecem bloco por mais verba à Amazônia Legal
“Estamos mostrando ao mundo que se pode aliar aumento de produtividade e preservação”, diz Taques.
Governadores e vice-governadores de oito Estados da Amazônia Legal assinaram, nesta sexta-feira (29), a “Carta de Cuiabá”, resultado do 10º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, realizado na capital mato-grossense.
No documento, que será encaminhado à Presidência da República, os estados solicitam medidas para “aumentar a captação de recursos para a redução de emissões do desmatamento e degradação” e “promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal”.
Entre as medidas, os gestores solicitam que o Governo Federal apoie os estados na captação de recursos para a redução do desmatamento e que desenvolva programas de apoio e incentivo para a manutenção das áreas protegidas dos estados amazônicos.
“Para que o desmatamento da Amazônia continue em baixos índices, é imprescindível maior apoio financeiro para os Estados que têm destinado tempo e recursos próprios à proteção da Amazônia”, defendem os governadores na carta.
Durante o fórum, em que foram debatidos os principais eixos do documento, o governador Pedro Taques (PDT) afirmou que a união dos Estados da Amazônia é fundamental para conseguir o fortalecimento da política de desenvolvimento sustentável, com ações como a remuneração por serviços ambientais, investimentos em Educação, Saúde, energia e transporte e produção de conhecimento.
Entre os principais pontos de discussão estava a possibilidade de conseguir retorno financeiro com Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD +).
Segundo o coordenador do Fórum Global dos Governadores para Clima e Floresta (GCF) no Brasil, Mariano Cenamo, o Brasil foi o país que mais reduziu as emissões de carbono no mundo, e por isso, os estados da Amazônia precisam explorar este potencial.
Conforme dados da GCS, Mato Grosso é o Estado brasileiro que receberia a maior parcela pelo empenho em reduzir os desmatamentos da Amazônia.
Créditos de carbono
O governador do Acre, Tião Viana (PT), também defendeu a união entre os governadores e apontou esta estratégia como a melhor saída para que os Estado concretizem os objetivos desejados.
Viana lembrou da importância de avançar as discussões sobre créditos de carbonos para a Amazônia.
“É muito importante essa reunião nesse Estado que está mudando sua imagem e se afirmando como um Estado que produz com sustentabilidade. As discussões sobre a venda de carbono são muito importantes, pois estamos mostrando ao mundo uma nova moeda: o carbono”, afirmou o petista.
No Brasil, seis estados integram o GCF: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Tocantins.
Entre os anos de 2006 e 2013, nos estados amazônicos, foi verificada uma redução do desmatamento de 8,6 milhões de hectares, correspondente a 4,2 bilhões de toneladas de gás carbônico que deixaram de ser emitidas para a atmosfera.
Essa marca supera a redução de qualquer país desenvolvido ou em desenvolvimento, com ou sem metas obrigatórias.
Participaram do fórum os governadores do Acre, Tião Viana; do Amazonas, José Melo de Oliveira; do Tocantins, Marcelo Miranda; de Roraima, Suely Campos; vice-governador do Pará, Zequinha Marinho; vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira; vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão; além do governador de Mato Grosso, Pedro Taques.
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