Política

Governo de MT se recusa a prestar contas sobre a comercialização de jogos na Arena Pantanal

17511_a_mdHá seis dias o Caldeirão Político cobra, quase que diariamente, respostas da Secopa/MT e Secom/MT sobre a origem do recurso para pagar R$ 1,2 milhão para o Santos Futebol Clube.

Nossos primeiros questionamentos tiveram a seguinte resposta da Assessoria de Comunicação da Secopa, enviado por e-mail no dia 23/04: “A Secopa esclarece que o jogo entre Santos x Atlético Mineiro será um dos cinco jogos a serem realizados na Arena Pantanal, antes da Copa do Mundo. O jogo Vasco e Luverdense no próximo sábado (26.04) será um evento teste com o Comitê Organizador Local (COL).
Não existe negociação financeira entre Governo do Estado e Santos Futebol Clube. O que foi discutido com a Secopa (Governo do Estado) foi a disponilidade de data para a realização do jogo. Por ter o compromisso de testar todas as áreas o Governo. No dia 21 de maio a Arena Pantanal entra no período exclusivo e será administrada pela FIFA durante a Copa do Mundo FIFA 2014.”

Já a Secretaria de Comunicação do Estado, sob a batuta do jornalista Pedro Marcos Lemos, o Marcão, respondeu por telefone, na semana passada, que “o governo não negocia com os times”.

A pergunta do Caldeirão Político é óbvia: Se não é a Secopa que negocia e paga os times para virem jogar na Arena Pantanal, quem o faz? Mas diante do óbvio o governo de Mato Grosso, via Secopa e Secom, emudeceu.

Bem, se recusam-se a responder, aí tem algo que precisa ser investigado. Por isso recorremos ao Tribunal de Contas do Estado, que respondeu: “Enquanto não ficar definido o modelo para terceirização da administração da Arena Pantanal, o que deve ocorrer somente após a realização da Copa do Mundo, a administração da Arena fica a cargo da Secopa/gov mt. Temos informação que a partir de 23 maio a Arena será entregue para administração da FIFA no período copa. Na fase de testes, até informação em contrário, a administração da Arena cabe a Secopa/gov mt.”

Hoje, 28, nossa redação confrontou esta informação com a Secom e Secopa, cobrando respostas. A jornalista Sirlei, da Secopa, novamente insistiu que a secretaria apenas indicou as datas disponíveis. Questionada sobre quem, então, negocia e comercializa em nome da Arena Pantanal, respondeu: “Mário Zeferino”.
O CP perguntou então, novamente, o óbvio: Onde foi publicado o extrato de contrato com a empresa Mário Zeferino Produções? Qual a origem do recurso para pagar os times de outros estados? Quais os termos deste contrato? A redação do CP não localizou nenhum contrato entre a Secopa e Mário Zeferino no DOE, nem no portal do TCE.

A resposta da jornalista Sirlene: “Isso vocês vão ter que perguntar para o secretário Maurício Guimarães”. Pedimos o encaminhamento da resposta do secretário Maurício por e-mail, mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta nos foi encaminhada. O mesmo acontece com o secretário Marcão, que sequer atende o telefone. Quando assumiu o cargo garantiu que continuaria atendendo todos os seus – acreditem – 9 celulares. Palavras ao vento.

O questionamento da sociedade é legítimo, a Arena Pantanal pertence ao povo mato-grossense, foi erguida por meio de financiamento junto ao BNDES, que tornou o Estado endividado. Já está orçada em R$ 570 milhões, dinheiro que poderia ter sido investido na construção de hospitais, Pronto Socorro e aquisição de medicamentos de alto custo.

O governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário Maurício Guimarães devem explicações à sociedade. Todos os detalhes das negociações com times de outros Estados devem ser públicas.

Na ausência de respostas claras e transparentes, nosso próximo passo será encaminhar estes questionamentos para o Ministério Público do Estado, para que investigue o caso.

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