Polícia

Governo Silval: Juíza destaca monstruosidade de crimes em MT

juizaUm monstro que se alimentava de dinheiro público. Desta forma, a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, descreveu a conduta da organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), cuja atuação foi desmantelada durante as três etapas da Operação Sodoma.

A afirmação faz parte do despacho em que a magistrada decretou nova prisão contra o político, além de levar para trás das grades o ex-chefe de gabinete dele, Sílvio Cézar Corrêa Araújo, e os ex-secretários Pedro Elias Domingos de Mello e José de Jesus Nunes Cordeiro. As decretações ocorreram após pedido de reconsideração, formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE), após a descoberta de novos fatos desencadeados pela investigação da segunda fase da operação.

Para a magistrada, o conjunto de provas apresentados aponta que a organização é formada por “pessoas periculosas [perigosas], as quais não têm condições de permanecer no convívio social normal”. Além de documentos, os promotores responsáveis pelo pedido juntaram os depoimentos dos empresários Willians Paulo Mischur e Julio Minori Tsuji, que confessaram aos policiais da Delegacia Fazendária o pagamento de propina para que mantivessem os contratos junto ao Estado.

A atuação da organização foi classificada por Selma como uma “teia de delitos”, uma vez que envolvem particulares e agentes públicos, agindo em proveito próprio e gerando prejuízos para a população. Neste caso, são apurados prejuízos da ordem de R$ 13 milhões.

Para Selma, há indícios suficientes para que os acusados fiquem presos pela garantia da ordem pública e da instrução processual. No entendimento da magistrada, neste caso está claro que Silval é o líder da organização e tinha como auxiliares Pedro Elias e o ex-secretário Cézar Roberto Zílio, preso na segunda etapa da operação e solto dias depois, responsáveis pelo recebimento da propina, além de Sílvio, que teria participação ativa no esquema.

Já Cordeiro, Coronel da Polícia Militar, foi taxado pela magistrada como “um braço armado da facção”. Para embasar tal constatação, Selma utilizou trechos dos depoimentos dos empresários, em especial Mischur, que ouviu de Cordeiro que “um caminhão poderia passar por cima de seus filhos”, já que “acidentes acontecem”. “É obvio que após angariar fortunas[…],a organização criminosa é ainda mais forte e poderosa e, portanto, tem condições de perverter servidores e empresários que porventura ainda não tenham resolvi-do falar a verdade”, finaliza a juíza.

FolhaMax

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