Greve da UFMT completa 128 dias e torna-se a maior da história
A greve dos servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) completou 128 dias neste sábado (3) e já é considerada a maior da história da entidade.
O movimento teve início em 28 de maio, atinge cerca de 20 mil alunos e segue sem previsão de término.
A princípio, a solicitação de reajuste salarial da categoria era de 27% em parcela única, porém, o valor não foi atendido pelo Governo Federal.
Atualmente, os servidores da UFMT reduziram o pedido de reajuste para 19,7% em parcela única no próximo ano.
A última proposta do Governo, porém, foi correspondente a reposição de 10,8%, pago em duas parcelas, sendo a primeira, em agosto do ano que vem e a segunda, em janeiro de 2017. A proposição não foi aceita pela classe.
Dentre os campi paralisados estão os municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças. Em todo o Brasil, cerca de 41 universidades federais seguem em greve.
Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), Reginaldo Araújo, o movimento grevista superou o de 2012, que durou 124 dias.
“Desde o ano de 1980, a UFMT possui greves, mas nunca houve uma paralisação que durasse tanto. É uma agonia ver um movimento assim precisar durar tanto tempo”, disse.
Araújo afirmou que as dificuldades de negociações são as principais causas para que a greve não tenha previsão de fim.
“Isso é um descaso do governo, que não deu nenhuma atenção à classe. É a primeira vez que um ministro da Educação não dá nenhum tipo de atenção à classe em greve”, disse.
“Realizamos uma nova assembleia na quinta-feira (1º) e reafirmamos a greve dos professores”, completou.
A classe deverá se reunir na segunda-feira (5) com o Ministério da Educação (MEC), em Brasília.
“Conseguimos agendar essa reunião com o MEC após ocupação da classe no prédio do Ministério”, disse.
Para o movimento, sairão quatro ônibus de Mato Grosso, com professores e alunos, que irão realizar uma manifestação em Brasília, na data da reunião.
Além da questão de reajuste, os professores também cobram questões estruturais relativas à universidade. O presidente da Adufmat contou que, em algumas situações, há “descasos” com a universidade.
“Os campi de Rondonópolis e Sinop abriram curso de farmácia, mas não possuem nem professores para dar aulas”, reclamou.
Reuniões sobre a greve
Na quinta-feira (8), está marcada uma nova assembleia dos professores da UFMT, para debater sobre as novas propostas que deverão ser apresentadas pelo Governo Federal.
Durante a última reunião da classe, na quinta-feira (2), alguns docentes mostraram-se contrários à continuação do movimento grevista. Porém, após votação, a classe decidiu manter a paralisação por tempo indeterminado.
“Foram 46 votos para manter a greve e 28 para que as aulas voltassem, por isso, mantivemos o movimento”, explicou Araújo.
Técnicos administrativos
Recentemente, os técnicos administrativos da UFMT mostraram-se favoráveis à nova proposta do Governo Federal e sinalizaram para a finalização da greve da classe.
Porém, a classe afirma que, mesmo aceitando a proposta, eles exigem assinatura efetiva do Termo de Acordo, para colocar fim ao movimento.
Apesar da exigência, os técnicos administrativos afirmam que o governo não age com “o mínimo de celeridade” e não criou o documento que oficializaria o fim do movimento. Em razão disso, a classe mantém a paralisação.
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