Henrique erra pênalti e Verdão se complica perdendo em casa do Galo
Ricardo Gareca priorizou a luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro ao armar um time misto nesta quarta-feira, mas, certamente, os mais de 18 mil pagantes na fria noite paulistana esperavam mais do primeiro jogo do clube como centenário. No Pacaembu, Henrique perdeu pênalti e o Palmeiras, apesar dos milagres de Fábio, se complicou na Copa do Brasil ao perder por 1 a 0 como anfitrião.
Foi uma frustração para a torcida que cantou “parabéns” antes do apito inicial. A reação foi contrária ao longo dos minutos jogados, com irritação direcionada, também, para o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. O gaúcho, contudo, errava para os dois lados, tanto que viu pênalti contestável sobre Mazinho já nos minutos finais de um primeiro tempo com três grandes defesas de Fábio e um gol de Leonardo Silva invalidado.
Na primeira cobrança, Henrique converteu, mas o árbitro virou vilão de vez ao anular o gol alegando invasão na grande área. Na segunda chance, o centroavante mudou de lado e chutou para fora. No segundo tempo, Levir Culpi colocou Luan e o meia-atacante só precisou de cinco minutos em campo para aproveitar contra-ataque e sentenciar a vitória do Galo, aos 25 minutos.
Para avançar na Copa do Brasil, o Verdão precisará vencer o Atlético-MG em jogo marcado para o dia 4, às 20 horas (de Brasília), em Belo Horizonte, quando os anfitriões só precisam empatar para chegar às quartas de final da competição. No Brasileiro, o Palmeiras joga às 18h30 de sábado, diante do Inter, no Pacaembu, tentando se afastar da zona de rebaixamento, enquanto o Galo visita o Coritiba às 16 horas de domingo com o objetivo de seguir sonhando com vaga na Libertadores pela liga nacional.
O jogo – Apostando no posicionamento defensivo de Victor Luis, Ricardo Gareca escalou só Henrique como titular do quarteto ofensivo. Surpreendeu com Mazinho pela esquerda formando o trio no meio ao lado de Mendieta e Diogo. Todos contestáveis, mas que pareciam embalados pela alegria da torcida, ainda feliz pelas comemorações do centenário.
O Atlético-MG, por sua vez, parecia saber que a bola chegaria aos seus pés com tranquilidade para impor velocidade e vencer Lúcio e Victorino com Diego Tardelli e Jô. A empolgação se tornava erros para um Verdão que não tinha em campo atletas de qualidade destacada e, como previam os mineiros, foi questão de tempo para assustar a torcida que apareceu em bom número na fria noite paulistana.
Logo aos seis minutos, o Palmeiras não sofreu seu primeiro gol porque a arbitragem apontou impedimento de Leonardo Silva após cobrança de falta de Dátolo. Mesmo inválido, o lance afetou ainda mais os nervos dos anfitriões. Menos de Mendieta, que fugia da bola e fazia questão de avistar, de longe, colegas como Mazinho a entregarem para o adversário.
Lúcio, com lançamentos e arrancadas, e Marcelo Oliveira, partindo de trás, até tentavam ajudar. Mas, quando acertavam, viam Henrique e Diogo mostrarem quanto a qualidade técnica faz falta para fazer o goleiro adversário. A torcida ainda se irritava com Mazinho, mostrando os já característicos e inúteis giros com a bola, servindo só para retardar o jogo. Weldinho, quando subia, passava vergonha isolando a bola ou a vendo passar por suas pernas, como em drible de Pedro Botelho.
O Atlético-MG, por sua vez, era mais objetivo e rápido quando passava do meio-campo. Mas o Verdão tinha, ao menos, alguém que decidia a seu favor, e com milagres. Fábio deixou a recente insegurança que deu à torcida para trás e foi o grande responsável pela falta de gols mineiros no primeiro tempo.
Aos 11, Jô transformou Lúcio em cone ao driblá-lo e cruzou para Diego Tardelli chutar de primeira na pequena área, parando em defesa impressionante do goleiro. Aos 29, Fábio espalmou bomba de Pedro Botelho e aos 41, em nova fácil ultrapassagem de Jô sobre Lúcio, o camisa 47 rebateu chute perigoso do reserva da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
O palmeirense nas arquibancadas não sabia se estava mais irritado com os erros do time ou com as falhas do árbitro gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima, até que um dos muitos equívocos do apitador deu a chance de alegria alviverde: ele enxergou pênalti quando Mazinho caiu após passar por Jemerson, aos 45. Mas Jean Pierre logo virou o maior vilão.
Henrique cobrou alternando o ritmo de suas passadas e balançou as redes, mas toda a festa foi em vão, já que o árbitro apontou invasão na grande área. Na segunda oportunidade, Henrique viu o goleiro Victor apontar o canto esquerdo em que o atacante bateu da primeira vez e resolveu mudar de lado, batendo para fora e sentenciando a raiva em quem vestia verde e estava do lado de fora do campo.
Na volta para o segundo tempo, o Verdão continuava isolando a bola em suas tentativas de longe, já que não conseguia acertar passes para entrar na área adversária. E seguia precisando agradece a Fábio, já que, logo aos seis minutos, o goleiro espalmou desvio perigoso de Leonardo Silva em direção à sua meta.
Depois do lance, ao menos, o Palmeiras soube preencher os espaços para não deixar a bola chegar a Tardelli e Jô, que, depois, foi trocado por André na ambição de Levir Culpi em renovar seu ataque. Gareca também fez essa opção, sendo aplaudido por tirar Mazinho de campo e colocar alguém que soubesse mais o que fazer com a bola: Cristaldo, alvo de todos os passes em direção à área atleticana.
Na tentativa dos técnicos de causar um desequilíbrio e vencer o confronto, Gareca cansou de Henrique e o trocou por Mouche. Levir, por sua vez, sacou o volante Rafael Carioca para colocar o rápido Luan. Teve mais sucesso. Aos 25 minutos, Renato perdeu a bola no meio-campo e Dátolo aproveitou para puxar contra-ataque lançando Maicosuel, que encontrou Luan livre na grande área para cabecear de uma forma que nem Fábio foi capaz de defender nesta noite.
No resto da partida, o Galo retomou sua estratégia inicial, apenas esperando que o Verdão lhe entregasse a bola e tentando contra-atacar. A entrada de Felipe Menezes no lugar de Renato, embora teoricamente uma alteração ofensiva, só aumentou ainda mais os erros do Palmeiras, sendo um chute de Mouche em cima de Victor um dos últimos deles, nos acréscimos. Mais uma frustração para a torcida alviverde no centenário.