Imagens mostram truculência de PMs em “prisão” de vereador
Imagens da abordagem que terminou com a prisão do vereador Faissal Calil (PSB) mostram que os policiais que atenderam a ocorrência agiram com truculência. O caso ocorreu na tarde desta segunda-feira (1) na região central de Cuiabá.
As fotos, divulgadas em aplicativos de celulares, mostram que três policiais militares imobilizaram e fizeram o vereador se deitar mesmo após algemado. Faissal chegou a ser levado num camburão para a Central de Flagrantes, mas foi liberado após prestar depoimento ao delegado.
O delegado comprovou que o vereador não praticou nenhum ato ilícito e ele não precisou sequer assinar nenhum termo circunstanciado.
Numa das fotos divulgadas, um policial está com o joelho sobre as costas do vereador, impedindo qualquer tipo de movimento dele. Segundo o parlamentar, antes de algemado, ele ainda sofreu uma “gravata” por um dos policiais.
Um vídeo gravado pelo próprio vereador mostra a abordagem policial. Após falar que não era para registrar imagens, o policial chega a agredir o vereador, que corre para um comércio, antes do vídeo ser encerrado.
Em coletiva na manhã de hoje, Faissal explicou que sua mãe entrou em contato telefônico para avisar que a sua irmã estava sendo presa pela Polícia Militar e entrando em um camburão por conta de uma confusão que ocorreu na farmácia de propriedade da família localizada na rua 13 de Junho.
Ao chegar na sede da farmácia, Faissal revelou que se deparou com um policial militar na porta e perguntou o que estava acontecendo, quando foi duramente rebatido. “Em voz alta, o policial disse que se eu quisesse saber o que estava acontecendo deveria ir a delegacia para pegar o Boletim de Ocorrência”.
A partir disso, se iniciou uma verdadeira confusão, que culminou com sua detenção. “Eu pedi calma e falei que era advogado. Em momento algum falei que era vereador. Dei dois passos para atrás e peguei o celular para filmar com o intuito de produzir prova. Foi aí que o policial se exaltou e me agrediu. Me deram uma chave de braço e um outro veio com algema. Tomei uma gravata e pensei que iria morrer sufocado. Me jogaram no chão com força e depois fomos encaminhados para a delegacia”.
Conforme Faissal, toda a confusão aconteceu porque um funcionário da farmácia da sua irmã, um motoqueiro responsável por entrega, foi visualizado sem o uso da viseira por dois policiais militares que estavam comendo espetinho próximo ao local. Esses dois PMs não identificados acionaram outra guarnição para comparecer ao local.
A OAB anunciou que irá acionar a Corregedoria da Polícia Militar para investigar a conduta dos policiais militares. “Quando ocorre a prisão de um advogado em flagrante, a OAB tem que ser imediatamente comunicada para que um representante possa ser escalado para acompanhá-lo até a delegacia. Ainda houve uso desproporcional de força como uso de algemas. Os policiais alegaram na delegacia que tomaram essas medidas porque o Faissal é alto e parecia lutador de jiu-jitsu”.