Imprensa nacional se espanta com altas temperaturas de Cuiabá
Os reservatórios de água andam baixos, tem milhões de brasileiros pedindo chuva, mas ela não vem. Nesta quarta (2), na previsão do tempo, a Maria Júlia Coutinho avisou que a capital mato-grossense ia ter uma quinta-feira seca e quente.
Não chega a ser novidade para os cuiabanos, que até criaram o apelido Cuiabrasa, mas, nesta quinta (3), o apelido fez todo o sentido. Não é Nordeste, mas o vendedor de água de coco cuiabano está vendendo tanto quanto os de lá. “Rapaz, está melhor que no Nordeste. O calor aqui ajuda muito”, diz o vendedor Sócrates Wanderley.
O ponto de ônibus está em um lugar, mas a sombrinha para os passageiros está ao lado. E se o ônibus passar? “Tem que correr um pouco, fazer um cooper”, brinca a auxiliar de limpeza Elaine Pimentel. E o gari confessa: onde tem sombra, o chão tem ficado mais limpinho.
Nestas quarta (2) e quinta (3), a temperatura em Cuiabá passou dos 41°C, as mais altas do ano. Alguns termômetros no Centro marcaram bem mais que isso. Valeu até foto para registrar. E a umidade do ar está muito baixa. Nesses dois dias, ficou em torno de 10%, muito abaixo dos 60% recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Sol forte, temperatura perto dos 40°C. Tem sido assim nos últimos dias em Cuiabá. Não está fácil para ninguém. Imagine então para o vendedor Cláudio Rocha, que tem um carro ano 1984, época em que carros dificilmente tinham ar condicionado.
Alguns modelos antigos vinham com as janelinhas chamadas de ‘quebra vento’, que em Cuiabá não adiantam nada. “Não ajuda, porque o vento é muito quente”, diz Cláudio, dentro do carro. Toda vez que sai de carro, é uma suadeira.
Tem gente que sofre com isso todo dia nos ônibus. Apenas 25% da frota da cidade tem ar condicionado e, mesmo nos ônibus que têm… “O ar condicionado é muito fraco. Nesse calor, não vence”, reclama a diarista Claudinete Rodrigues.
Na rua, esperta é a auxiliar de serviços gerais Maria Conceição Sousa, que anda equipada… “Tem que andar com a toalhinha e com a água, senão não consegue andar”, disse Dona Maria.
E quanto à carona com o Cláudio, deu para a equipe do Jornal Nacional suar bastante e entender direitinho o que ele pretende fazer com o possante sem ar. “Vou vender. Essa semana vou ver se acho um comprador para ele”, conta.
FolhaMax