Jornalistas suspeitos de extorsão em MT afirmam sofrer intimidação
Suspeitos disseram que a prisão deles foi ilegal e arbitrária.
Alvo da extorsão seria conselheiro do TCE-MT, Antônio Joaquim.
Os jornalistas Pedro Ribeiro e Laerte Lannes, suspeitos de extorquir o conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-MT) Antônio Joaquim Rodrigues Neto, dizem que são inocentes e que estão sofrendo intimidação. Em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (2), os dois ainda disseram que a prisão deles, ocorrida em flagrante na última quarta-feira (2) foi arbitrária e ilegal. Eles foram soltos no dia seguinte por serem réus primários, mas terão que ficar à disposição da Justiça.
Os dois foram presos após terem recebido dois cheques de R$ 10 mil. Segundo a Polícia Civil, os jornalistas exigiram dinheiro de Joaquim para que não publicassem mais matérias negativas contra ele nos dois jornais impressos dos quais são responsáveis. A polícia disse ainda que Ribeiro e Lannes queriam contrato de R$ 5 mil por mês em publicidade para os veículos a partir de 2016, quando o conselheiro deverá assumir a presidência do TCE-MT.
Segundo Pedro Ribeiro, toda a situação foi armada. “Ele [Antônio Joaquim] armou todo um cenário para desmoralizar publicamente a gente. Tudo para nós pararmos de publicar as denúncias que estávamos fazendo”, afirmou. Ele ainda disse que não sabia o que tinha dentro do envelope que estavam os cheques.
Pedro ainda afirmou que não fazia sentido haver uma extorsão, já que matérias sobre o conselheiro do TCE-MT já haviam sido divulgadas.
Laerte Lannes confirmou a versão de Pedro e pediu para que a Justiça quebre o sigilo telefônico dele e ainda disse que sofreu ameças. “Por três ou quatro vezes eu fui ameaçado de morte. Falavam que eu ia aparecer ‘com a boca cheia de formiga’ se eu não parasse de publicar as matérias. Um dia, quatro homens apareceram em carro preto na porta da minha casa para me ameaçar”, relatou.
Zelito Oliveira Ribeiro, irmão e advogado de Pedro Ribeiro, reafirmou que não existiu nenhum crime e que a conduta dos dois não configura crime de extorsão, uma vez que o conselheiro não estava presente no local da negociação.
Suposta contratação, áudios e vídeo
De acordo com a José Antônio Rosa, advogado de Antônio Joaquim, a dupla de jornalistas teria sido contratado pelo médico Alonso Alves Filho para divulgar reportagens difamando o conselheiro do TCE-MT. Alonso Alves e Antônio Joaquim estão envolvidos em processos na Justiça por questões agrárias.
Segundo a Polícia Civil, áudios e vídeos que mostrariam a suposta extorsão estão sendo analisados. Em uma dessas gravações, registradas de uma conversa com José Rosa, os jornalistas afirmam terem sido contratados pelo médico Alonso Filho para a divulgação das reportagens.
Sobre uma dessas gravações, Pedro disse que se trata de uma montagem e que a situação foi totalmente armada por Antônio Joaquim e seu advogado. Os jornalistas ainda revelaram que pretendem acionar o conselheiro judicialmente.
G1-MT