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Kardec dá vitória ao Tricolor e tira paz e paciência do Verdão

Há menos de quatro meses, Alan Kardec enervou os palmeirenses ao trocar o time pelo São Paulo. Neste domingo, ampliou a crise no ex-time ao colocá-lo na zona de rebaixamento. Aos 43 minutos do segundo tempo, o hoje camisa 14 tricolor marcou o gol da vitória por 2 a 1 no Choque-Rei que acaba com toda a paciência alviverde às vésperas da celebração de seu centenário.

Foi a resposta de um centroavante que, ao longo do clássico, pareceu sentir os xingamentos dirigidos a ele. Kardec e o São Paulo não jogaram bem, mas tiveram sorte logo aos 14 minutos de jogo, quando mais uma lesão de Valdivia tirou o chileno, então melhor em campo.

No segundo tempo, os visitantes melhoraram e, aproveitando erro do goleiro Fábio na saída de bola, abriram o placar com Alexandre Pato, aos oito minutos. Aos 14, Edson Silva colocou a mão na bola na área e Henrique converteu pênalti, mas, aos 42, perdeu chance com o gol praticamente vazio. No minuto seguinte, Kardec cabeceou bola que bateu na trave e nas costas de Fábio para definir o placar.

Reabilitado após passar vexame na derrota para o Bragantino no Morumbi que eliminou o time da Copa do Brasil, o São Paulo atinge 26 pontos, se aproxima ainda mais da faixa que dá vaga na Libertadores do ano que vem e visita o Internacional na quarta-feira. Já o Verdão completa nove jogos sem vencer no Brasileiro, entra na zona de rebaixamento, com 14 pontos, e também joga na quarta-feira, diante do Sport, no Recife.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Alan Kardec marcou de cabeça o gol da vitória do São Paulo contra o Palmeiras, no Pacaembu

O jogo – O São Paulo não entrou em campo com inovações táticas. Paulo Miranda e Alvaro Pereira poderiam subir pelas laterais com responsabilidade para dar opções aos volantes Souza e Denilson e Kaká e Ganso deveriam se mexer para inverter posições com Pato e Kardec. Tudo simples, diferentemente do que o rival apresentou.

 

Além de recolocar Wendel após suspensão, Ricardo Gareca armou 4-2-3-1 com Mouche pela esquerda no lugar de Leandro e Marcelo Oliveira marcando mais do que o antigo titular Wesley. A chave, contudo, estava em Valdivia. Ciente da qualidade do chileno, o técnico lhe tirou qualquer responsabilidade de marcação, deixando-o livre para encostar em Henrique e fazer o que quisesse em campo.

Foram 14 minutos nos quais o camisa 10, de volta após passar quase um mês viajando por Emirados Árabes Unidos e Disney, mostrou o que pode fazer com a bola. Driblava quem estivesse pela frente, explorando, principalmente, Paulo Miranda. Aos três minutos, deixou Henrique livre na pequena área e o centroavante chutou fraco demais.

Valdivia estava tão bem que se empolgou e quis também marcar. Resolveu dividir com Kaká e, logo depois do choque, colocou a mão na coxa direita. Seguiu andando com as mãos no rosto e desabou no gramado. O clássico parou para saber o que ocorreu com o melhor em campo. Como é costume, Valdivia estava fora por problemas físicos.

Felipe Menezes entrou, mas não importava quem substituísse o chileno. O Verdão sentiu o baque, e o São Paulo não soube aproveitar. Alexandre Pato era presa fácil para Lúcio, Alan Kardec nem aparecia diante dos xingamentos que ouvia dos palmeirenses nas arquibancadas, Ganso fazia o mesmo e Kaká era facilmente anulado por Marcelo Oliveira.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

No dia em que voltou ao time do Palmeiras, meia Valdivia foi substituído logo no início do clássico

O Palmeiras teve tempo para se recuperar psicologicamente e encaixar a marcação, preocupação que Gareca também teve na organização do time. O clássico ficou concentrado no meio-campo sem grandes momentos animadores além de raras jogadas individuais que, curiosamente, partiam mais de Allione do que de qualquer um dos astros do Tricolor.

 

Nenhum time trocou jogadores no intervalo, mas Muricy Ramalho deve ter lembrado aos seus comandados da necessidade de ser protagonista, usando a qualidade de seu setor ofensivo. Kardec e Ganso acordaram, Pato tratou de buscar espaços e, principalmente, Kaká trocou de lado, arriscando suas arrancadas pela esquerda.

Em meio à maior presença rival no seu campo, Fábio cedeu. O goleiro errou feio na saída de bola e a entregou para Ganso, mais inteligente que o jogador do Palmeiras ao tocar para Pato, na cara do arqueiro, balançar as redes, aos oito minutos do segundo tempo. Quatro minutos depois, como consequência psicológica do gol, Kardec bateu rente à trave.

Se já estava organizado, o Verdão intensificou seu ritmo para se aproximar da área de Rogério Ceni sem Valdivia. Tinha como principal trunfo a zaga adversária, como Edson Silva confirmou ao colocar a bola na mão, aos 13 minutos. Pênalti que Henrique converteu com qualidade para empatar o clássico e recolocar as rédeas do jogo em mãos alviverdes.

O São Paulo sentiu o empate e já não tinha tanto ímpeto para escapar da marcação adversária. Para renovar o fôlego na frente, Gareca trocou Mouche para promover a estreia de Cristaldo, que já se sentiu à vontade para pedir que o time e a torcida se animassem em sua primeira jogada diante de Paulo Miranda, deixando outro dos pontos fracos da defesa tricolor para trás.

 

O Palmeiras ficou o resto do clássico no campo do São Paulo. Para dar mais dinâmica ao ataque, Gareca cansou de Felipe Menezes e o trocou por Leandro, que, no primeiro lance, aos 42 minutos do segundo tempo, recebeu de Cristaldo na frente de Rogério Ceni, chutou em cima do goleiro e, no rebote, deixou Henrique com o gol vazio à frente, e o centroavante escorregou bisonhamente.

No minuto seguinte, o Verdão lembrou que chegou a ter em seu elenco quem não errasse como Henrique, mas estava do outro lado. Tão desmarcado quanto Leandro, Alan Kardec subiu com precisão na segunda trave e ainda contou com a sorte, ao ver a bola que cabeceou bater no poste e nas costas de Fábio antes de definir a vitória são-paulina no Pacaembu.

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