Madrasta é presa suspeita de matar criança envenenada para ter herança
Uma mulher foi presa nesta segunda-feira (9) suspeita de ter matado a enteada de 11 anos envenenada, em Cuiabá. Segundo a Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, cometeu o crime para conseguir a herança da vítima, de R$ 800 mil.
A investigação apontou que a madrasta deu doses diárias de veneno para a menina durante dois meses. Uma substância de venda proibida foi ministrada gota a gota, entre abril e junho deste ano, de acordo com a Deddica. A operação que prendeu Jaira recebeu o nome do conto de fadas “Branca de Neve”.
Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, morreu em 14 de junho, após ser internada em um hospital particular da capital mato-grossense. Inicialmente, houve suspeita de meningite, bem como de abuso sexual, mas um exame de necrópsia no Instituto de Medicina Legal (IML), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), descartou estas hipóteses.
O laudo pericial, até aquele momento, apontava como morte por causa indeterminada. Depois, através de exames, foram detectadas duas substâncias no sangue da vítima: uma delas veneno que provoca intoxicação crônica ou aguda e a morte.
Segundo a polícia, a substância não é encontrada em medicamentos, portanto, a ingestão por humanos somente pode ocorrer de forma criminosa.
Os sintomas da ingestão são visão borrada, tosse, vômito, cólica, diarreia, tremores, confusão mental e convulsões.
Internações
A Deddica descobriu que a menina era envenenada aos poucos para não levantar suspeitas. Todas as vezes que a menina passava mal era levada ao hospital, onde ficava internada de três a sete dias e, depois, melhorava. Ao retornar para casa, ela voltava a adoecer.
Foram, ao todo, nove internações em dois meses. Ela recebia diagnósticos de infecção, pneumonia e até meningite. Na última vez em que foi parar no hospital, a menina já chegou morta. O hospital não quis declarar o óbito, mas suspeitava ser meningite.
Na ocasião, foi acionada a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que diante de falta de evidências sobre morte violenta, requisitou vários exames por precaução. Num deles, foi detectada a substância venenosa no sangue da menina.