Mãe e filha são condenadas por surrar socialite em Cuiabá
Marilene é irmã de Júlio e Jayme Campos. A vítima no processo é Ana Karine Moreira Roder
O juiz Murilo Moura de Mesquita condenou pelo crime de lesão corporal, Marilene Auxiliadora Campos de Miranda e Jacqueline Campos de Miranda (mãe e filha, respectivamente) relativo a uma briga ocorrida em julho de 2008 dentro da Clínica e Centro de Dermatologia Novantino Borba, situada no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. A condenação de cada uma delas se resumiu a 1 ano de reclusão no regime aberto e pagamento das despesas e custas processuais. Marilene é irmã de Júlio e Jayme Campos, ambos ex-governadores de Mato Grosso e também ex-deputado federal e ex-senador, respectivamente.
A vítima no processo é Ana Karine Moreira Roder. Após a surra, ela sofreu fraturas no rosto na região do nariz e teve que ser submetida à cirurgia de rinoplastia pós-traumática reparadora. Exames periciais apontaram ainda que Karine sofreu desvio do nariz para a esquerda, sangramento nasal e vômitos.
Cabe recurso da decisão de 1ª instância proferida nesta quinta-feira (30).
Na denúncia, o Ministério Público Estadual (MPE) aponta que no dia 26 de julho de 2008, por volta das 15h30, no interior da clínica as acusadas, por meio de socos, empurrões e puxões de cabelos, ofenderam a integridade corporal e a saúde da vítima Ana Karine Moreira Roder, que resultou na sua incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, em perigo de vida e perda total da função olfativa. A denúncia foi recebida em 20 de outubro de 2011.
De acordo com o processo, Karine morava com Jorge Antônio Pires de Mirada que é pai de Jacqueline e havia sido marido ou companheiro de Marilene. Ressaltou o MPE que havia rixa entre os parentes das acusadas e a vítima, em razão do relacionamento que Karine passou a ter com Jorge. No dia da briga, as denunciadas adentraram na clínica onde estava a vítima, proferiram palavras de baixo calão contra ela e partiram para as agressões que resultaram em lesões corporais de natureza grave.
Karine não conseguiu se livrar das agressões porque estava conectada por fios de corrente elétrica, às placas de um aparelho de estimulação muscular e sanguínea e que, em razão de cada violência praticada pelas acusadas, recebia novas descargas elétricas. Na data da confusão, a vítima foi submetida à perícia médica que constatou escoriações na região do estômago e equimose, edema e desvio de seu nariz para a esquerda.
Com relação à Marilene, o magistrado, ao calcular a dosimetria da pena, destacou que ela já tinha um histórico de ameaças e perseguições à vítima e seus familiares. Consta nos autos que os motivos do crime estão ligados a não aceitação de Marilene ao relacionamento existente entre seu ex-marido e a vítima. Em relação à Jacqueline, o juiz levou em conta o abalo emocional dela após a ruptura do casamento de quase 30 anos de seus pais e o imediato início de um relacionamento amoroso entre seu pai e a ex-esposa de um dos funcionários da empresa do casal.
Detalhes da confusão – A testemunha Adriana Rodrigues da Rocha (funcionária da clínica) foi ouvida no processo relatou que Marilene chegou, entrou no consultório e começou a bater na vítima que estava deitada, ligada ao aparelho de estimulação russa e que as agressões eram mais de puxões de cabelo e tapas. Adriana disse que tentou abrir a porta e pedir auxílio, mas Jcqueline segurava a porta do outro lado impedindo que fosse aberta enquanto sua mãe surrava a vítima.
A testemunha afirmou que, juntamente com outra funcionária conseguiu puxar Marilene fazendo cessar as agressões, mas, imediatamente, Jacqueline entrou na sala dizendo “vagabunda, na minha mãe você não vai bater” instante em que ela presenciou Jacqueline desferir o primeiro golpe na vítima.
24horasnews