Mato Grosso vacina 99,5% do rebanho
Mato Grosso comemora em 2016 a marca de 20 anos de área livre de febre aftosa com vacinação, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Na última etapa de imunização, realizada em novembro de 2015, foram vacinados 99,59% do rebanho bovídeo do Estado, o que representa a imunização de 29,13 milhões de animais. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira (15.01) pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Nesta etapa, é obrigatória a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino, de “mamando a caducando”.
Outra boa notícia divulgada pela Sedec e o Indea foi a constatação de um aumento de 2,7% do rebanho mato-grossense, passando de 28,5 milhões de animais para aproximadamente 29,2 milhões de cabeças, um acréscimo de mais de 771 mil animais, sendo cerca de 590 mil fêmeas até 25 meses (matrizes) e 174 mil bezerros de 0 a 12 meses. Após queda no número de cabeças nos anos de 2013 e 2014, o estado atingiu em 2015 o maior rebanho de sua história.
Com a vacinação acima dos 99% desde 2005, o Estado também se mantém no topo da lista com maior índice de imunização contra a febre aftosa entre os Estados da federação.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, pontuou que o bom índice de vacinação é um resultado do esforço do Governo do Estado que entende a defesa agropecuária como fundamental para sustentar a economia de Mato Grosso. Prova disso é o aumento no orçamento do Indea, que passou de R$ 9 milhões no ano passado para R$ 20 milhões em 2016.
“É um entendimento do Governo do Estado de que não conseguimos vender uma boa carne, tanto no mercado interno quanto no externo, se o nosso produto não tiver a garantia de qualidade do ponto de vista sanitário”.
Paludo também destacou a parceria do Governo do Estado, por meio do Indea, com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as entidades representativas do setor, o Fundo de Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa) e, principalmente, os produtores rurais. “Só é possível atingir este alto número na vacinação com esta parceria. É um trabalho intenso e consolidado ao longo de um ano inteiro”.
Para o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, este resultado mostra a conscientização dos produtores sobre a importância de vacinar e também o comprometimento da equipe do instituto no trabalho de defesa sanitária animal. “É um trabalho extremamente técnico e os números mostram o esforço e o comprometimento da equipe do Indea e dos produtores. A robustez da defesa sanitária é compatível com o tamanho do nosso rebanho e da dimensão geográfica continental de Mato Grosso. Estamos presentes nos 141 municípios do estado, com mais de mil servidores trabalhando”.
Além do aumento no orçamento, o órgão irá receber do Mapa neste ano um aporte de R$ 6 milhões para ser utilizado no trabalho da defesa sanitária. De acordo com o superintendente do Ministério em Mato Grosso, José de Assis Guaresqui, 25% dos recursos totais disponibilizados para os estados brasileiros foi destinado para Mato Grosso.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José Bernardes, enalteceu o trabalho do Indea e os esforços dos produtores rurais. “Os números evidenciam o trabalho extremamente bom do Indea. O produtor é um participe deste processo e tem consciência de que seu negócio só será produtivo se ele adotar os procedimentos necessários no que se refere à sanidade”.
São 104 mil propriedades cadastradas no Indea. Na etapa de novembro da vacinação, equipes das 13 regionais do instituto espalhadas por todas as regiões do estado acompanharam a vacinação em 3.242 propriedades rurais, localizadas em regiões consideradas de vulnerabilidade, como assentamentos rurais, zonas de fronteira, no Pantanal e na Ilha do Bananal.
Cerca de 1,06 milhão de animais tiveram a imunização realizada, fiscalizada ou assistida por técnicos do órgão. Na região da fronteira com a Bolívia, 44 equipes acompanharam a vacinação de 531 mil animais em 777 fazendas nos municípios de Cáceres, Porto Esperidião e Vila Bela.
Do total de propriedades ruarais, 2.049 deixaram de cumprir com a obrigação de vacinar na etapa de novembro. Isso representa 1,97% das fazendas cadastradas no Indea, totalizando apenas 0,4% do rebanho. Os pecuaristas que não vacinaram estão sendo notificados pelo órgão e serão obrigados a realizar a vacinação do rebanho assistida. Além disso, serão autuados e deverão pagar uma multa de 2,25 Unidade Padrão Fiscal (UPF) por cabeça não vacinada.
Área livre
Mato Grosso tem o reconhecimento internacional da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) de área livre de febre aftosa com vacinação há 20 anos. Os países do continente Americano têm como meta erradicar a doença até 2020, conforme consta no Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa). A primeira campanha de vacinação realizada no Estado ocorreu em 1983.
Campanhas
Todos os anos são realizadas duas campanhas de vacinação contra a febre aftosa em Mato Grosso. A primeira acontece no mês de maio, em que devem ser vacinados os animais com idade inferior a 24 meses. Já no mês de novembro a vacinação deve ser feita em todo o rebanho bovino e bubalino, de todas as idades.
Fonte: Folhamax