Política

“Minha consciência não permite aprovar uma conta maquiada”

ppp“Tanto técnica quanto politicamente, não há sustentação moral para se aprovarem essas contas. E o Legislativo tem mais sintonia fina com as ruas do que com o Tribunal de Contas. Então, acho que há ambiente para ratificar o sentimento popular”.

A declaração é do líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que afirmou que irá trabalhar para reprovar as contas de Governo do exercício de 2014, sob o comando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Para tanto, Wilson defendeu que a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e a Comissão de Fiscalização e Execução Orçamentária (CFAEO) sigam o parecer do Ministério Público de Contas.

Ele acredita que o relatório produzido pelo órgão foi mais “técnico” que o do relator do processo, o conselheiro Antônio Joaquim.

“Esse parecer do MPC é mais técnico que o do TCE. Eles chegaram a pedir o adiamento da votação. Eles não se sentiram em condições e pediram mais 60 dias, mas o plenário não acatou a solicitação”, disse.

Como resultado do entendimento, Wilson cita que o TCE vem sendo “bombardeado” por críticas nas redes sociais.

“Se você entrar nas redes sociais é só pau no Tribunal. Enquanto o TCU está partindo para cima da presidente da República, Dilma Rousseff, aqui está acochambrando para um Governo que fez loucuras e absurdos”, afirmou.

Números divergentes

O deputado ainda afirmou que superávit apontado pelo TCE, de R$ 377 milhões, não significa a existência de dinheiro no caixa do Governo, como defendeu o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) em entrevista ao MidiaNews.

Segundo Wilson, o valor é referente a diversos poderes e estavam distribuídos entre o Poder Legislativo (R$ 44,2 milhões), Tribunal de Justiça (R$ 352,3 milhões) e Ministério Público (R$ 57,1 milhões), num total de R$ 453,57 milhões.

Deduzindo-se o déficit financeiro do Poder Executivo à época, de R$ R$ 76,45 milhões, segundo ele, chega-se ao valor apontado pelo Tribunal.

“Na conta de Gestão o Tribunal de Contas irá tratar dos pormenores, supostos desvios de recursos, superfaturamentos, obras inacabadas. Espero que eles possam dar ouvidos ao Ministério Público de Contas”, disse.

“Quando fui eleito, disse que viria para Assembleia fazer um trabalho honesto. E não é honesto aprovar uma conta que sangrou os cofres públicos com obras inacabadas, de má qualidade. Nossa consciência não permite dar um cheque em branco e aprovar uma conta que sabemos que é toda maquiada”, afirmou.

Mídia News

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