MPE pede que PMs indenizem bandidos baleados em troca de tiros em Cuiabá
Ministério Público aponta que policiais agiram com tortura contra criminosos
Cinco policiais militares que balearam dois criminosos durante uma troca de tiros no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, no mês de outubro do ano passado, após um assalto a uma garagem de veículos, estão respondendo criminalmente por abuso de autoridade. Eles podem ser condenados a pagar um salário mínimo aos bandidos ou prestar serviços comunitários a sociedade.
Na ação ocorrida na primeira audiência do caso nesta quinta-feira (2) no Juízado Especial Unificado, o Ministério Público pede o pagamento de um salário mínimo (880,00) a cada um dos militares envolvidos na ocorrência.
Caso a proposta não seja deferida, o promotor Roosevelt Pereira Cursine, que entende que houve abuso de autoridade, pede que os PMs realizem serviços comunitários todos os sábados no período de dois meses.
O caso aconteceu na tarde do dia 17 de outubro. Segundo o boletim de ocorrência quatro bandidos armados invadiram a loja de veículos localizada na Avenida do Moinho rendendo clientes e funcionários. Eles roubaram pertences como joias, telefones celulares, dinheiro e fugiram com a caminhonete de um dos clientes.
Os policias seguiram os criminosos e houve troca de tiros no bairro Bosque da Saúde.
Dois dos bandidos foram atingidos nas pernas e precisaram ser hospitalizados no pronto socorro de Cuiabá.
Nas redes sociais, o Cabo Ribeiro Leite que estava na ocorrência fez um grande desabafo. Ele disse que em 14 anos servindo a corporação nunca havia visto nada igual. “O dono da loja levou um prejuízo de quase 20 mil reais para arrumar a caminhonete, todos eles foram torturados psicologicamente, chamados de vagabundos e em todo o momento falavam que iam matar, depois da ocorrência o Ministério Público ordena que os PMs que estavam na ação, indenizam os bandidos? País de inversão de valores”, lamentou.
Íntegra do post do cabo Ribeiro Leite:
Imaginem só, o que nois PMs sofremos por várias inversão de valores, uma ocorrência padrão, roubo na Borges veículos, elementos invadiram a loja armados e truculentos com as vítimas, estavam os proprietários, clientes e funcionários da loja, foram subtraído vários pertences como anéis, celulares, relógios, documentos, é uma Hilux branca do proprietário. A minha Guarnição escutou no rádio uma Viatura do Cb. Toninho, informando que estava em acompanhamento de uma Hilux branca roubada, e os bandidos bateram a caminhonete e trocou tiro com a guarnição do Cb. Toninho, onde dois dos 4 elementos foram baleados, um na perna, e outro no pé, e uns dos 4 evadiu em direção a Av. do CPA, foi quando a minha Guarnição estava próximo aí eu com a minha astúcia e visão aguçada, consegui ver o outro foragido, prendemos e recuperamos um revólver calibre 38, e logo depois encaminhamos os 3 detidos e um foragido, recuperamos todos os pertences das 7 vítimas, só ficou com o prejuízo foi o dono, pois sua caminhonete os bandidos bateram.
Aí fui hoje em uma audiência no Jecrim, aí vi uma coisa que nunca tinha visto em 14 anos de PM, O Ministério público ordenou que eu e as outras Guarnições, temos que pagar um salário mínimo para os bandidos, porque eles foram torturados, que a PM agiu com truculência, ainda o bandido que eu consegui pegar, deu nome errado, depois lembrou seu nome no Ministério público, e o bandido ainda tem credibilidade perante a sociedade? O dono da loja levou um prejuízo de quase 20 mil reais para arrumar a caminhonete, todos eles foram torturados psicologicamente, chamados de vagabundos e em todo o momento falavam que iam matar, depois da ocorrência o Ministério Público ordena que os PMs que estavam na ação, indenizam os bandidos? País de inversão de valores.
Como PMs trabalham desse jeito, o que fazer?
Cb. Ribeiro Leite
Fonte: FolhaMax