Polícia

MPE refuta Arcanjo de volta às ruas em sete meses e reafirma que ‘hipocrisias’ são objetos de correção

1Com o argumento de que  o ‘mito Arcanjo’ foi julgado, o advogado Paulo Fabrini, além de ter entrado com recurso questionado a pena aplicada ao cliente, afirmou que adotará outras medidas para colocar o cliente João Arcanjo Ribeiro em liberdade. Para ele, em sete meses, o ‘Comendador’ deve estar de volta às ruas, considerando que os processos em que recebeu condenação estão suspensos. No entanto, o Ministério Público (MPE), contesta essa avaliação.

“Reputação é algo que se constrói o longo da vida, quero crer que os jurados julgaram com imparcialidade, de acordo com as provas que estavam nos autos”, disse o promotor Vinícius Gahyva em entrevista concedida após o julgamento. Em sua opinião, a justiça foi feita, e os jurados compreenderam a mensagem da sociedade e do MP.

“Existem outros processos em curso e imagino que o somatório da pena será levado em consideração na avaliação de eventual benefício que por ventura ele possa ter ao logo do tempo” cita.

Nessa semana, após dois dias de julgamento, João Arcanjo foi condenado a 44 anos e dois meses de prisão pelas mortes do empresário Rivelino Brunini e Fauzer Rachid, além da tentativa contra Gisleno Fernandes, registrados em 2002, após uma disputa sobre a ‘territorialidade’ para exploração de máquinas caça-níqueis em Mato Grosso.

Ele também destacou a importância de se ‘corrigir essas hipocrisias sociais’ através de bons exemplos e do cumprimento da Lei e deixou claro que a pena de 44 anos por duplo homicídio, se apresenta um pouco aquém do critério exercido pelo órgão, já que o condenado pode dispor de eventuais benefícios ao longo do tempo.

“A sociedade merece um ambiente limpo da criminalidade organizada, um combate contra o Estado paralelo, um futuro melhor as crianças e as gerações que estão por vir”, enfatizou.

No total, Arcanjo acumula 89 anos de sentença. O ex-bicheiro foi condenado a 19 anos e dez meses de prisão pelo assassinato do empresário e jornalista Domingos Sávio Brandão, registrado em setembro de 2002. Brandão publicou várias denúncias contra o ex-comendador no jornal Folha do Estado.

Além das penalidades por mortes, o comendador foi condenado ainda a 25 anos por crimes contra o sistema financeiro. Arcanjo está preso na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho (RO) e foi denunciado (acusado formalmente) por outros cinco assassinatos como mandante das mortes de Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges, Mauro Celso Ventura de Moraes, Mauro Sérgio Manhoso e do ex-vereador Valdir Pereira.

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