No último jogo sem Felipão, Grêmio leva dois gols de Caio e sofre virada
Luiz Felipe Scolari não esteve em Salvador, mas acompanhou de longe as dificuldades que terá no Grêmio. No último jogo sem o seu comando, o time sofreu a virada e perdeu por 2 a 1 para o Vitória em noite de Caio, autor dos dois gols no Barradão.
Superior no primeiro tempo, a equipe gaúcha abriu o placar com Barcos, aos dez, e perdeu chances de ampliar. Os anfitriões atuaram mais soltos depois do intervalo e contaram com Caio, que empatou em cabeçada aos 13 e viu Marcelo Grohe defender sua cobrança de pênalti, mas aproveitou o rebote para balançar as redes aos 31.
Em décimo lugar no Brasileiro, o Tricolor inicia o domingo a quatro pontos da faixa da tabela que dá vaga na Libertadores e reestreia Felipão em clássico contra o Inter, às 16 horas (de Brasília) do dia 10, no Beira-Rio. O Vitória, em 12º com 14 pontos, joga no mesmo dia, às 18h30, diante do São Paulo, no Morumbi.
Em sua última partida sem Luiz Felipe Scolari, o Grêmio não se posicionou muito diferente do que Enderson Moreira fazia. O interino André Jardine, vibrante à beira do campo, montou a equipe no 4-5-1, mas com a qualidade do toque de bola de Giuliano, os avanços de Riveros e a velocidade de Dudu e Luan para encontrar Barcos na grande área.
Aos dez minutos, a frágil marcação do Vitória fez toda a teoria do time gaúcho dar certo. Riveros carregou a bola na intermediária como quis e Dudu a tomou do companheiro para encontrar Barcos completamente livre na marca do pênalti. O argentino dominou com o ombro esquerdo e deslocou o goleiro Wilson para abrir o placar.
Era tudo que o Tricolor, pouco disposto a arriscar, queria para garantir os três pontos. Os visitantes podiam até atrair o Vitória para o seu campo, já que faltava qualidade à equipe baiana para acertar passes perto da área de Marcelo Grohe. Na única vez em que Dinei esteve à frente do goleiro, demorou a bater e foi desarmado com precisão por Breno.
Do primeiro tempo, os anfitriões só têm a reclamar de lance envolvendo Alemão, aos 17 minutos, quando o zagueiro dominou na grande área e caiu na área após receber um chute de Geromel, que não acertou a bola. Os baianos pediram pênalti e foram ignorados por Sandro Meira Ricci, árbitro da Copa do Mundo e da final da Libertadores deste ano.
O Grêmio, por sua vez, poderia ter ampliado. Nenhum dos laterais do Vitória marcava bem e Dudu voltou a deixar Barcos em condições de fazer gol na grande área, aos 39, quando o argentino bateu rente à trave. O mesmo ocorreu com Breno, quatro minutos mais tarde.
No intervalo, Jorginho percebeu que os gaúchos, sob comando interino, só apostaria no contra-ataque e abriu mão do experiente volante Richarlyson para soltar o time com a entrada do meia William Henrique. A tática deu certo, com o lateral Euller passando mais pela esquerda e Caio entrando no jogo, partindo para cima de Breno.
Caio acertou a trave em tentativa de cruzamento, aos sete minutos, e o Grêmio quase ampliou em contra-ataque no qual Luan isolou a bola quando estava na frente do goleiro Wilson. Um minuto depois, aos 13, constatou o prejuízo: Euller cruzou da esquerda e Caio subiu mais do que Geromel para empatar de cabeça.
O Vitória se manteve na frente, embalado por sua torcida, e acertou a marcação na frente de sua grande área, evitando que a bola chegasse a Barcos. Diante do cansaço de seus pontas, André Jardine trocou Dudu e Luan por Fernandinho e Everton, mas pouco criou oportunidades.
Mais à vontade e descansado em campo, o Vitória alcançou a virada. Aos 30 minutos, Edinho tocou Dinei na grande área e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Marcelo Grohe defendeu a finalização de Caio no canto esquerdo, mas o atacante ficou com o gol vazio à frente no rebote para fazer o seu segundo gol na partida.
Até o apito final, o Vitória soube povoar a sua grande área e até se aproveitou de erros do desgastado time gaúcho para garantir três pontos. E dificultar ainda mais a vida de Luiz Felipe Scolari antes de assumir o Grêmio.