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Nove realidades ao ser preso no Japão

Já falamos aqui sobre a prisão e como o sistema é extremamente rigoroso por lá. Por isso, vamos nos aprofundar um pouco mais e ver como a realidade de ser preso no Japão pode ser brutal.

1. Você é culpado até que prove o contrário

Se for preso no Japão, ao contrário do que acontece na maioria dos países ocidentais, já é considerado culpado pela polícia e pela sociedade.

Além disso, a corte suprema costuma condenar 99% dos indiciados. Portanto, se for preso terá que provar a inocência e enfrentar uma estatística desanimadora.

Ao declarar inocência, o tratamento já muda no interrogatório e eles adotam uma linha mais dura. Ao se declarar culpado, o juiz interpretará que existe remorso e que a pessoa deseja se reintegrar a sociedade e pagar pelos erros.

2. Tem poucos direitos

Toda a legislação japonesa beneficia o estado e não o réu. Além disso, os direitos também são poucos.

Uma pessoa pode ser detida para interrogatório por 48 horas e eles podem requer prisão preventiva por 10 dias, que pode ser estendido por mais 21 dias e mais dois se o juiz achar necessário.

Isso quer dizer que a pessoa pode ficar retida por até 23 dias sem ser acusado de nenhum crime, só por estar sendo investigado.

3. O interrogatório será duro

O primeiro impacto psicológico ao ser preso, é que você já é considerado culpado, portanto é tratado como criminoso.

Será algemado, terá os pertences confiscados e será encaminhado para o sistema prisional. O interrogatório será outra experiência chocante.

O processo será feito por muitos policiais e o tempo de sono será limitado a apenas uma hora. A comida se resumirá a um pote de arroz gelado e duro, além de um ovo cru. Esse processo costuma durar 12 horas ou mais de pressão psicológica para assinar a confissão.

4. Os advogados do estado custam caro

Os advogados ganham free por caso e seu papel é agilizar os processos. Seus serviços custam valores extras e existe o trabalho de encontrar um que fale inglês para saber o que está acontecendo.

Muitos oferecem aos estrangeiros pagar fiança, mas esse tipo de recurso é exclusivo aos cidadãos japoneses e acabam embolsando um dinheiro a mais a custa da boa fé.

5. A embaixada não pode te ajudar

Você estará fora do alcance dos poderes da embaixada e será tratado de acordo com as leis do país.

O que eles podem fazer é avisar a família e enviar uma pessoa para visitar e verificar as condições físicas e psicológicas, além de poder levar livros em sua língua.

6. A rotina é regrada

Todos os detentos são acordados às 06:40 da manhã para irem ao banheiro, arrumar suas camas, lavar o rosto e escovar os dentes.

Às 7 da manhã acontece a inspeção nos dormitórios, meia hora depois é servido o café da manhã.

Após a refeição começa o expediente de trabalho às 08:00 e a próxima pausa de 15 minutos acontece às 10 da manhã.

Ao meio dia é servido o almoço e a última pausa no expediente é as 14 horas. O horário de trabalho encerra às 16:40 e os detentos retornam ao seus dormitórios.

17 horas começa a contagem de presos, inspeções nas celas e a hora da reflexão. O jantar é servido 17:20 e só a partir das 18 horas que os prisioneiros podem ter o tempo livre.

Quando chega 20:30 é a hora para se prepararem para dormir, e finalmente às 21 horas, todas as luzes das celas são desligadas.

Um problema extra para os estrangeiros: o único idioma permitido dentro dos presídios é o japonês.

Além disso, o preconceito sofrido por estrangeiros em penitenciárias japonesas é parte da rotina dentro do sistema carcerário nipônico.

7. As punições oficiais

Dependendo da transgressão cometida dentro de um presídio, há a repressão verbal e perca dos privilégios da prisão, isso é, sem televisão, escrever, ler, ouvir música, se exercitar e participar de outras atividades como pintura.

Outras punições incluem redução de alimentos durante uma semana e a temida solitária por até dois meses e sem qualquer opção de distração, como livros ou papel e caneta.

A má notícia é que qualquer descumprimento de regra é passível de punição. Não existe um nível de leve e grave. Muitos estrangeiros reclamam de ter ido a solitária apenas por ter olhado para frente na hora de comer.

8. Ordem e rigidez imperam

A ordem é cooperação sob o controle das regras da prisão, caso contrário será traumatizante. Os guardas podem fazer de sua vida um inferno.

As celas limitam-se até seis homens normalmente, mas a conversa não é permitida, também é proibido deitar durante o dia, por isso o que resta é ficar sentado.

9. Os banhos serão limitados

O banho é permitido em grupo e a cada cinco dias sob a supervisão de um guarda. No verão, costuma-se sofrer bastante, já que o calor do país é quente e úmido.

Fonte: coisasdojapao

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