“O Eric não merecia essa tragédia; tiraram o futuro do meu filho”
O advogado e publicitáio Leonildo Severo conta como tenta superar a morte do filho.
Mãos amarradas, encostado em uma árvore, dois bandidos em volta e um tiro fatal. Esses foram os relatos feitos por Leonildo Severo, de 49 anos, pai do jovem estudante de medicina Éric Francio Severo, de 21 anos, sobre últimos momentos de vida do seu filho, após um assalto na cidade de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), em dezembro de 2014.
Em entrevista exclusiva ao MidiaNews, Leonildo contou, emocionado, como recebeu a notícia da morte do filho até a luta para a mudança do Código Penal Brasileiro, para aumentar a pena do crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
“Eu ainda tinha a esperança de ver o meu filho com vida, mas quando confirmaram a sua morte, eu cai e vi todos que estavam ao meu redor caindo. Aí, fui entender que não tinha mais esperanças de vê-lo com vida. O velório foi com o caixão lacrado, não teve como vê-lo mais”, contou.
Eric, que fazia medicina na Unisul, em Tubarão, no Estado de Sana Catarina, estava de férias em Sinop. No dia 27 de dezembro, ele saiu com os amigos à noite, na caminhonete do pai, para se divertir.
Por volta de 22 horas, ele chegou ao bar Botequim e estacionou o carro ao lado de um poste de luz. Caminhou cerca de 150 metros até o estabelecimento, quando foi abordado por dois bandidos.
Os assaltantes roubaram a caminhonete e percorreram cerca de 100 km com o estudante no carro e, depois, o mataram.
O corpo foi encontrado às margens de uma estrada entre o Distrito de Primaverinha, em Sorriso, e Lucas do Rio Verde, a 420 km e 360 km da capital, respectivamente.
Os dois homicidas estão presos no Presídio Ferrugem, em Sinop, mas ainda não foram sentenciados.
Leonildo Severo disse que Eric era extremamente aplicado e tinha como objetivo de vida ajudar o desenvolvimento do país.
“Eles tiraram o futuro do meu filho, um garoto estudioso, aplicado, centrado, já estava no terceiro ano de medicina. Ele nunca levantou a voz para ninguém, nunca disse um palavrão, nem nunca ofendeu uma pessoa. O Eric não merecia essa tragédia”, disse.
Na tentativa de buscar justiça e impedir que esse tipo de crime continue aumentando, a família do rapaz está realizando um abaixo-assinado, para aumentar a pena do crime de latrocínio.
De acordo com Leonildo Severo, foram impressos 30 mil formulários para colher pelo menos 300 mil assinaturas e cobrar a aprovação de uma lei mais severa para quem cometer latrocínio .
Para o pai, o projeto será referência para as famílias de bem, no futuro.
“Uma criança que está nascendo hoje precisa saber o que pode acontecer com ela se cometer um crime desse. Tem que ter uma referência. Se tivesse uma referência há dez, vinte anos atrás, isso talvez não teria acontecido com o Eric”.
Mídia News