Opinião

O horário eleitoral gratuito é realmente gratuito? E por que é tão chato ?

Instituído pela lei Nº 4.737, de 15 de julho de 1965, que criou o Código Eleitoral Brasileiro. Bem vindo ao horário eleitoral gratuito,  são transmitidos pela Tv aberta em determinados horários com uma duração de 30 minutos.

 

Agora, esse horário eleitoral “gratuito” é gratuito mesmo? Porr… nenhuma. Pra começar, os partidos não tiram um real de seus caixas [caixa 1 ou 2, não importa] com esse tipo de publicidade política. Só que por ser “gratuito”, como muita gente pensa, a emissora não é forçada a mudar seu cronograma de programação e colocar lá o spot eleitoral de má vontade. Apenas 20% do valor de uma propaganda política corresponde a essa afirmação acima. Os outros 80% do custo que esse spot eleitoral teria e terá, serão descontados no imposto de renda da emissora [aquela mesma conversa sobre o “Criança Esperança”. A diferença é que o Criança Esperança, ao menos, faz bem pra alguém].

É claro que dependendo do partido, a emissora cede mais tempo no ar [Power is Power. LANNISTER, Cersei.]. Então o que paga esse Spot político? O fundo partidário, do qual usa o dinheiro dos cofres públicos. É como se cada contribuinte doasse 35 centavos para a propaganda eleitoral, e esse fundo partidário distribui para cada partido, de acordo com o seu tamanho. Contudo, mesmo com essa conta de milhões, esse bendito horário eleitoral consegue sair mais caro. Já que as emissoras são isentas em 80% do valor, a Receita Federal precisa tirar esse dinheiro de outro lugar, aí ocorre mais um ROMBO NA UNIÃO [como se já não bastasse os 2 bilhões anuais do aumento de salário dos deputados, senadores e da Rainha da Greve].

Ok, além de o negócio ser caro pra caramba, ainda por cima é chato. Bem, nem tão chato, porque ultimamente tem aparecido cada candidato que… 

 

Em geral é chato porque as mensagens publicitárias reduzem o discurso político nos seus elementos mais insuportavelmente tediosos. Sendo assim, a propaganda eleitoral gratuita é sintética, enganosa e um tapa na cara. “Vote em mim, o amigo de Sempre” pqp cara nem te conheço, amigo só a mamãe. A atitude é até compreensível, afinal, os candidatos não possuem tempo em tela. Já que a emissora não se interessa muito e o público se interessa menos, surgem candidatos como nosso anti-herói Marvel ali. Com esse tipo de spot publicitário a atenção é dada pra ele, de modo que tente criar um “gracejo” com o eleitor. Tem gente que assiste só pra dar risada. O maior exemplo do mundo é nosso amigo Tiririca. Com seu lindo bordão: “você sabe o que um deputado faz? Eu também não, mas vote em mim que eu te conto”. Tanto é que o cara ganhou 1,3 milhões de votos e levou com ele uma galera do mensalão.

E não ele não ganhou só porque a galera votou nele como forma de protesto, claro que a propagada eleitoral dele ajudou, ajudou até demais.

A política não soube adaptar os métodos de negócios em matéria de distribuição de massa das ideias e dos produtos, nota-se isso ao comparar qualquer propaganda política com uma da coca-cola ou da Nike.

Portanto, a propaganda eleitoral é chata sim, mas minimamente por dois fatores: Desinteresse de todo mundo e o próprio contexto em que essa propaganda foi obrigatoriamente imposta. Durante as discussões em outros textos sempre apresento que a propaganda impõe a ideologia, consumo etc. Mas aqui, perante o spot político, isso não foi pensado de imediato e como as emissoras são “obrigadas” a introduzi-los, o desinteresse se encaixa aqui. Como saída, é claro, houve as reduções de impostos.

Enfim, acho que deu pra sintetizar bem o texto. Espero que tenham gostado. Deixem seu comentário, você votaria no Wolverine? Talvez no Batman [podemos confiar em Bruce Wayne?]

Gabriel Barbosa

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