Pelo menos, 26 candidatos apostam em apelidos inusitados para conquistar votos

namira 11 de agosto de 2014 0 Comments

Pelo menos 26 candidatos com apelidos engraçados vão “povoar” a propaganda eleitoral na TV, que inicia em 19 de agosto. Nestas eleições, 10 postulantes a deputado federal e 16 à Assembleia, alguns já conhecidos do eleitorado e outros enfrentando às urnas pela primeira vez, apostam no inusitado para conquistar votos.

Na lista dos comestíveis figuram Lúcio Mandioca (PHS), Mamão (PMDB), Xuxu (PDT) e Mano Só Pão (PTdoB), candidatos à Câmara Federal. Já Dito Mussarela (DEM), Elaine Bolo (PRP), Kiko Cafeeira (PDT) e MC Banana (PTB) concorrem a deputado estadual. Por outro lado, os candidatos Lobão (PHS), Luke Mamute (PHS), Juliana Formiga (PDT) e Tonhozinho do Girico (PTB) fazem alusão a bichos enquanto Garrincha (PSC) e Maguila (PC do B) apostam na popularidade do jogador de futebol e do pugilista que ainda são referências nacionais em suas modalidades.

Completam a lista dos apelidos engraçados Chapéu Preto (PTdoB), Jair Tiririca (PHS), Doutor Tampinha (PDT), Walter Babilônia (PMN), Marcos Carvão (PSB), Senhora do Chapéu (DEM), Elizeu Mão Amiga (PTB), Zulu Moto Táxi (PTB), Bebê da Saúde (DEM), Tião do Retirão (PSL), Jurubeba (PDT) e Carequinha (PTB).

O cientista político João Edisom Souza lembra que os candidatos com estes apelidos surgiram na década de 1980, como protesto contra a ditadura militar que permitia a realização de eleições proporcionais, mas nomeava os ocupantes de cargos majoritários como prefeitos, governadores e o presidente da República. “No Rio de Janeiro o candidato foi o Macaco Tião, que teve votação histórica devido ao momento que o país estava passando”, explica.

Ainda no Rio de Janeiro, segundo João Edisom, houve o fenômeno do Tiririca que conseguiu capitalizar a insatisfação popular usando o bordão “pior que tá não fica” e obteve votação consagradora. “Em Mato Grosso, este tipo de postura serve apenas para chacota. Denigre a democracia e descaracteriza o processo democrático no momento em que a população deve exercer a cidadania com máxima seriedade. São candidatos fora de época e fora de propósito”, conclui. Todas as candidaturas foram registradas no Tribunal Regional Eleitoral em tempo hábil. O Pleno tem prazo até 21 de agosto, ou 45 dias antes das eleições, para julgar e deferir os registros.