Opinião

Pesquisa mostra Cuiabá corrompida

cuiabaRealizada em Cuiabá logo após as manifestações populares de abril contra a corrupção e o governo Dilma Rousseff (PT), uma pesquisa do Instituto Vetor apontou que a busca por vantagens e favorecimentos não é exclusividade da classe política. Pequenos atos como comprar produtos piratas, furar o sinal vermelho ou colar as respostas de uma prova são comuns para até 65% da população.

O levantamento revelou, no entanto, que os cuiabanos também estão dispostos a ir além. Vinte e nove por cento afirmaram que pagariam propina a um guarda de trânsito ou policial para não serem multados. Destes, 46% estiveram em pelo menos uma das passeatas realizadas na Capital contra a corrupção na política.

De acordo com os dados obtidos, 20% das pessoas também votariam em um candidato em troca de um emprego, caso estivessem desempregadas. Outros 14% dos entrevistados reconheceram já ter recebido algum tipo de benefício para votar em um determinado candidato durante a eleição.

A exemplo das que subornariam um policial, muitas destas também estiveram nas manifestações, 25% e 26%, respectivamente. A mesma pesquisa revelou, em contrapartida, que 46% dos entrevistados não confiam na polícia e 79% não confiam nos políticos. Enquanto a classe que comanda o país tem a confiança plena de apenas 1% da população da Capital, os policiais receberam este apoio de 9%.

Dezessete por cento e 42% dos entrevistados disseram acreditar parcialmente em políticos e na polícia. A pesquisa, realizada com 500 chefes de família de 83 bairros das quatro regiões de Cuiabá e cujo intervalo de confiança é de 95%, sendo a margem de erro de 4,3% para mais ou para menos, mostrou ainda que são os pequenos atos de corrupção os mais praticados pela sociedade cuiabana.

No topo da lista dos mais frequentes está a compra de produtos piratas, praticada por 65% dos entrevistados. Em seguida aparece a ultrapassagem do sinal vermelho, com 42% das pessoas confirmando já ter feito isso, e prática de cola em provas de concursos, por exemplo (28%). Vinte e quatro por cento dos entrevistados também disseram que não entregariam uma carteira encontrada na rua com R$ 1 mil, caso estivessem precisando do dinheiro. Deste total de entrevistados, 25% estiveram nas manifestações. Outros 16% pediriam um atestado médico para serem dispensados do trabalho, mesmo não estando doente. Na lista há ainda 15% de pessoas que já fizeram um “gato” em redes de distribuição de água, energia elétrica ou televisão a cabo.

GD

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