PF apreende joias, arma, munições e rolex em casa de suspeito
O empresário Ricardo Cosme Silva dos Santos foi preso por agentes da Polícia Federal, na quarta-feira (8), em sua residência, no condomínio Florais Cuiabá, localizado no bairro Florianópolis, na Capital. Ele é suspeito de liderar uma organização ligada ao tráfico internacional de drogas em Mato Grosso.
O bando foi desarticulado pela PF, por meio da “Operação Hybris”. Os mandados de apreensão e de prisão foram cumpridos na Capital e em outras cidades do Estado.
A esposa do suspeito, Pamella Francielle de Assis Cabassa, também foi presa. Ela era proprietária da loja “Josefina Rosa Cor”, fechada recentemente no Goiabeiras Shopping Center.
Na residência do casal, a PF apreendeu uma caminhonete Mitsubishi Outlander, um Toyota Corola, dois relógios de ouro da marca Rolex, US$ 6 mil em espécie, nove cordões, uma pulseira e quatro pingentes de ouro, diversos celulares das marcas Iphone, Samsung, Sony e BlackBerry, além de vários tablets, notebooks e um IPad Apple.
Também foram apreendidos uma pistola CZ 75 P-07, dois carregadores contendo 16 munições .380 e munição .22, e ainda 50 munições .38 e 76 munições .380.
Além do casal, os agentes federais cumpriram mandados judiciais de prisão contra outras 39 pessoas acusadas de integrar a quadrilha.
Em Mato Grosso, os suspeitos foram presos nos municípios de Cáceres, Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, no Oeste do Estado, e em Cuiabá.
Também foram cumpridos mandados nos Estados de São Paulo, Tocantins e Minas Gerais.
R$ 30 milhões e grife
De acordo com a PF, a quadrilha movimentavam cerca de R$ 30 milhões ao mês com a grife “Superman Pancadão”.
Durante a operação, realizada ontem, também foram apreendidas duas aeronaves pertencentes a Ricardo Santos, 11 picapes Hilux – sendo uma delas blindada -, uma carreta, chácaras, cinco casas, dois prédios que funcionavam como quitinete, 2.500 cabeças de gados, além de relógios e joias. Os bens estão avaliados em R$ 50 milhões.
Em depoimento à Polícia, Santos negou o envolvimento com tráfico internacional de drogas.
Ele afirmou que é pecuarista e empresário e que sua atividade é criação, compra e venda de gado, com renda mensal de R$ 30 mil.
Ricardo Santos disse que a arma encontrada em sua residência era do pai da esposa. Ele disse ter encontrado a arma em um sítio do sogro e a guardou em um cofre, em casa, e nunca mais a tirou de lá.
Já quanto às munições, ele afirmou que são de sua propriedade, mas que tinha registros para adquiri-las.
Pamela Cabassa também negou envolvimento com a organização criminosa. Ela alegou que não tinha conhecimento de que o marido guardava armas e munições em casa.
A quadrilha
Segundo a PF, o grupo era fortemente estruturado e hierarquizado, com liderança firme e divisão de tarefas, incluindo a participação de casas de câmbio, para a compra de dólares utilizados nas negociações.
Também adotava práticas consideradas violentas para aterrorizar inimigos e moradores da região de fronteira, onde atuava.
A PF estima que a quadrilha transportava cerca de três toneladas de entorpecentes por mês, movimentando cerca de R$ 30 milhões mensais.
De acordo com o delegado regional de combate ao crime organizado, Marco Aurélio Faveri, a carga de drogas vinha da Bolívia, em aviões ou carros, com destino a fazendas do município Vila Bela da Santíssima Trindade (512 km a Oeste da Capital).
De lá, os criminosos enviavam a cocaína para diversos estados do Sudeste e Norte do Brasil, bem como para a Europa.
“O grupo traficava os entorpecentes em aviões ou em carros, sempre alternando, para não levantar suspeitas da Polícia”, disse o delegado.
Lavagem de dinheiro
Uma etapa ainda em andamento das investigações, segundo a PF, diz respeito ao esquema de lavagem de dinheiro operado pela quadrilha.
O delegado Marco Aurélio Faveri informou que a organização mantinha contratos com a Prefeitura de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá), por meio de uma empresa de fachada, que alugava carros de passeios e maquinários comprados com o dinheiro do tráfico de drogas.
A princípio, conforme o delegado, as investigações apontam para um suposto direcionamento de licitação e, até mesmo, formação de cartel, supostamente para favorecer a empresa da organização criminosa.
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