PMs são presos acusados de tomar dinheiro de traficantes
Dois policiais militares lotados no 10º Batalhão, em Cuiabá, foram presos após terem a prisão preventiva decretada pela juíza da Vara de Justiça Militar.
Eles são acusados de prevaricação (deixa de praticar ato de ofício) e concussão (quando a pessoa exige para si vantagem usando sua função pública), praticada contra dois traficantes, que tiveram que pagar para não serem presos.
Os dois militares foram reconhecidos pelas vítimas da extorsão, na Corregedoria Geral da Polícia Militar.
Por enquanto, eles estão presos desde a última segunda-feira (31), em uma das salas do batalhão onde são lotados.
Conforme o Comando da PM, há cerca de duas semanas, a Corregedoria recebeu a denúncia da ação dos dois policiais, que estariam exigindo dinheiro para liberar suspeitos de tráfico.
Como já havia várias denúncias, a Corregedoria começou a acompanhar o caso e localizou as vítimas da concussão, que reconheceram os dois militares.
A Polícia acredita que o número de vítimas de extorsão da dupla de PMs pode ser maior.
Caso anterior
De acordo com a Polícia, os PMs presos são os mesmos que detiveram um advogado de 39 anos, sob acusação de corrupção ativa, no dia 12 de maio deste ano.
Diante da prisão dos dois policiais, o caso da prisão do advogado poderá ser revisto, uma vez que os policiais eram investigados pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar.
Na ocasião, o advogado teria oferecido R$ 2,5 mil em espécie para que liberassem dois clientes dele – um rapaz preso com um bloqueador de rastreador de veículos e outro, por porte ilegal de arma.
Conforme os PMs, após a detenção da dupla, eles foram até a casa de um dos suspeitos, no bairro Jardim Florianópolis, e apreenderam produtos furtados, caracterizando o crime de receptação.
Durante o trajeto até o Plantão Metropolitano da Capital, o celular de um dos suspeitos tocou e um dos PMs atendeu. Ele explicou que, do outro lado, a pessoa se identificou como advogado da dupla.
“Eu me identifiquei como policial e o advogado queria saber como negociar a liberação de seus clientes. Ele (o advogado) disse que estava com R$ 2,5 mil em mãos para fazer o negócio. Diante da situação, eu informei que estava deslocando até o Cisc (Plantão Metropolitano) e o advogado pediu para que o aguardasse lá”, relatou um dos policiais.
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