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Polícia confirma que corpo encontrado em Mirante é de advogada

Ariadne Wojcik foi nomeada para assumir uma vaga no Tribunal de Justiça de Mato Grosso nesta quarta

advogada-jpg1O delegado Diego Alex Martimiano da Silva, de Chapada dos Guimarães (65 km ao de Cuiabá), confirmou, na tarde desta quarta-feira (9), que o corpo encontrado no Mirante da cidade é da advogada Ariadne Wojcik, de 25 anos.

A jovem, que foi nomeada para assumir uma vaga no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na terça-feira (8), desapareceu nesta manhã após postar uma mensagem no Facebook denunciando um assédio sofrido no ambiente de trabalho.

Ela era aguardada pelo orgão para assinar o termo de posse hoje, mas não compareceu.

Conforme o delegado, o corpo foi localizado por volta das 15h pelo Centro Integrado de Operações Áreas (Ciopaer), mas só foi retirado do local às 17h devido a chuva.

Ainda segundo o delegado, o corpo foi reconhecido pelo tio da advogada, que acompanhou os trabalhos.

A suspeita é de que ela chegou no Mirante em um táxi e se jogou logo em seguida. No local, o delegado encontrou a bolsa dela, com documentos pessoais e uma carta de despedida.

Martimiano relatou que  o corpo já foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá para exame de necropsia. Não há informações sobre o velório.

Que na próxima reencarnação eu possa fazer uso de todo aprendizado que tudo isso me trouxe, mesmo com tanta dor e sofrimento. Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe

A reportagem tentou contato com os amigos da advogada, que foram citados na publicação, mas eles preferiram não comentar sobre o fato no momento.

O caso

No post, Ariadne afirmou que era assediada por um professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília (Unb). Ela estagiava no escritório dele.

“Comecei no estágio novo super empolgada, eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim? Até que as coisas começaram a ficar esquisitas, vários presentes injustificados, mensagens por WhatsApp totalmente fora do contexto do trabalho (P.ex: “sou seu fã”, ou “você é demais”) e fora de hora, muitas, muitas, muitas, perguntas de cunho pessoal. Na época eu desconfiava, mas pensava: acho que não, ele é professor da UnB, me deu 1 ano de aula, é procurador do DF, tem um currículo e uma reputação impecável, é casado, ele não faria isso”, escreveu.

“As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas por WhatsApp, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal”, relatou.

Na mensagem, Ariadne comentou que mesmo pedindo demissão – e conseguindo um emprego no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em Cuiabá, sua terra natal -, as perseguições teriam continuado.

“Eu achava que aqui, em Cuiabá, no emprego novo, na vida nova, eu estaria a salvo da perseguição dele, mas ele nunca desiste, nunca”, contou.

No fim, ela afirmou que está “exausta” e que não tem mais forças para desvencilhar das “artimanhas” do agressor. Ela deixou transparecer também que sabia de negócios “obscuros” do ex-chefe e pediu para alguém pará-lo.

“Que na próxima reencarnação eu possa fazer uso de todo aprendizado que tudo isso me trouxe, mesmo com tanta dor e sofrimento. Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe”, pontuou.

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