Presos em MT lucram com tráfico na cadeia e “ostentam” na internet
O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso denunciou a existência de uma “boca de fumo” na Penitenciária Central do Estado. Em revista realizada nesta segunda-feira, os agentes encontraram no “raio 1” uma grande quantidade de entorpecentes, celulares e dinheiro oriundo do comércio de drogas no presídio.
Em nota publicada nas redes sociais, o sindicato desabafou sobre as condições de trabalho da categoria, o que facilita a entrada de entorpecentes. O principal ponto reclamado é quanto a revista aos visitantes.
“Enquanto o governo do estado insiste na vigência da portaria 02/2014 que proíbe a revista nas visitas de presos e se nega a aparelhar as unidades penais, o tráfico de drogas continua correndo livremente nesses locais”, diz a nota.
Atualmente, a revista nos familiares e amigos dos detentos é feita por meio de scanner corporal. Contudo, o número insuficiente do equipamento impede que todos sejam revistados com a eficácia necessária.
O sindicato cita ainda que o efetivo de agentes é insuficiente. Eles citam que a Penitenciária Central abriga 2 mil presos. “A sensação que dá é de que se esta enxugando gelo, pois sem o efetivo necessário não se tem como fazer as revistas constantes, e assim, os presos acumulam drogas e celulares com facilidade”, assinala.
O desabafo nas redes sociais pode ser o indício de que os agentes penitenciários devem deflagrar greve em todo Estado. No próximo dia 18, a categoria realiza assembleia geral onde pode deliberar pela paralisação dos serviços nas unidades penitenciárias.
O sindicato reivindica a realização de concurso público para reduzir o déficit de 800 agentes. Segundo a categoria, havia um acordo com o Governo de que as provas fossem realizadas ainda neste primeiro semestre e o chamamento dos aprovados fosse iniciado em agosto.
Contudo, o edital ainda não foi lançado na praça, o que indica que as nomeações não devem correr no prazo acordado.
FolhaMax