RÉU DA ARARATH: Éder Moraes sorri ao chegar à audiência mas evita a imprensa
O ex-secretário de Estado Eder Moraes, acusado de operar um esquema de lavagem de dinheiro e réu da Operação Ararath, chegou na tarde de ontem (14) para depor na Justiça Federal, em Cuiabá.
De terno e gravata, o ex-homem forte das gestões de Silval Barbosa (PMDB) e Blairo Maggi (PR) evitou falar com a imprensa, mas parecia bem humorado e tranquilo.
Ele chegou à 5ª Vara da Justiça Federal, onde será interrogado pelo juiz Jefferson Schneider, com cerca de nove minutos de atraso. A oitiva estava marcada para as 13h30.
Ele estava acompanhado de dois seguranças.
“Em respeito à Justiça Federal, em respeito ao processo e ao juiz Jefferson Schneider, eu não vou falar absolutamente nada até ser julgado. Muito Obrigado”, limitou-se a dizer.
Em liberdade desde sábado (9), após 81 dias na prisão, Éder deve terminar ainda hoje a última bateria de perguntas do magistrado sobre a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que o acusa de ser um dos principais articuladores do suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro nacional.
O advogado Ronan Oliveira, que o acompanha nesta tarde, adiantou que trará detalhes sobre a situação do ex-secretário após o término do interrogatório.
A previsão é que este seja o último dia em que Éder será interrogado, pois as demais perguntas já foram feitas, nas audiências do final da semana passada.
Para esta sexta-feira (15), também está marcado o interrogatório com a esposa de Eder que também é ré no processo. Laura Tereza da Costa Dias deve falar às 13h30. O ex-superintendente do Bic Banco no Estado, Luiz Carlos Cuzziol, não irá prestar depoimento amanhã.
Em relação ao réu Vivaldo Lopes, ex-secretário-adjunto do Tesouro estadual, a ação foi desmembrada.
Mal-estar
O advogado de Éder, Paulo Lessa, em entrevista ao MidiaNews nesta quinta-feira, admitiu que poderá desistir de fazer a defesa do ex-secretário.
Segundo ele, Éder “sumiu” após receber a decisão que determinou sua liberdade, e ainda não pagou os serviços prestados pela banca, formada por quatro profissionais.
O advogado ainda explicou que o “sumiço” de Eder poderia estar ligado a uma possível falta de dinheiro, já que ele não pagou os trabalhos prestados pelos advogados, até agora.
“Ele deve e muito. E ainda não pagou nada”, disse Lessa.
Entenda a operação
A Operação Ararath, que está na 5ª fase, foi deflagrada em 2013. A Polícia Federal estima que os integrantes do esquema movimentaram, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.
Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado.
O dinheiro teria sido utilizado para viabilizar campanhas políticas e até para compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado, de acordo com a denúncia.
Midia News