Robinho veste a 7 e se anima com possibilidade de jogar o clássico
A camisa 7 do Santos, pela terceira vez em sua história, será de Robinho. O eterno ídolo do Peixe, estrela de uma geração que devolveu o orgulho ao torcedor santista, assinou contrato na manhã desta quinta-feira na Vila Belmiro e, em seguida, foi apresentado oficialmente pelo presidente do clube, Odílio Rodrigues.
“Queria gradecer a confiança da diretoria do Santos, o carinho dos torcedores. Estou em casa, em família, com os amigos por perto. É o clube que me projetou para o mundo do futebol. Fico muito feliz com o esforço da diretoria, sabemos que não foi nada fácil”, disse.
Robinho vestirá a 7 mais uma vez, Gabriel ficará com a 10, que era de Geuvânio, enquanto o Caveirinha usará a 45.
Clássico
E o torcedor pode se preparar para assistir seu ídolo de perto, já que o presidente Odílio Rodrigues garantiu que toda a documentação já foi enviada à CBF e, se nenhum contratempo ocorrer, o nome do jogador deve constar no BID (Boletim Informativo Diário) até sexta-feira, data limite para que o atleta esteja apto a entrar em campo no próximo domingo, contra o Corinthians, na Vila Belmiro, em clássico da 14ª rodada do Campeonato Brasileiro.
“Estamos correndo bastante para isso, tudo foi assinado. A parte do Milan a Marisa (Alija Ramos, advogada e agente de Robinho) encaminhou. Esperamos que o nome entre no BID amanhã (sexta), estamos correndo para isso”, explicou Odílio.
Já o jogador foi mais otimista ainda. “Sobre jogar domingo, não conversei com o Oswaldo (de Oliveira, treinador), depende dele, mas, se precisar de mim, não precisa esperar. Treinando dois dias já está bom”, disse Robinho, que tem um histórico impressionante contra o Timão – de sete vitórias e um empate, mas despistou ao ser questionado sobre a preferência em marcar gol neste domingo ou em cima de Rogério Ceni, no último ano da carreira do são-paulino.
“O Robinho chega com a mesma alegria. Dentro de campo espero evoluir com o Oswaldo, excelente treinador, jogando no ataque, no meio. Com relação ao gol, pergunta difícil, quero ajudar o Santos a ganhar todos os jogos. Sempre dei mais sorte contra o Corinthians”, comentou Robinho, arrancando risos de todos.
Preferência
Apesar do interesse de Flamengo, Atlético-MG, Cruzeiro, entre outros clubes brasileiros, Robinho refutou jogar em outro clube, que não o Santos, no Brasil.
“Se eu tivesse que voltar ao Brasil seria o Santos, que é a minha casa, mas envolvia o Milan, tinha contrato de dois anos com eles. O Milan ficou feliz com as propostas que vieram, escolhi o Santos porque é a minha casa. O contrato é muito bom, minha família está adaptada, então volto para o lugar onde sempre fui feliz”, disse o jogador, que após nove anos na Europa, entre Real Madrid, Manchester City e Milan, parece não ter mais o desejo de jogar no Velho Continente.
“Olha, espero continuar por muito tempo, é o lugar onde eu cresci. Depende do Milan, tenho contrato com eles e preciso respeitar. Pretendo ficar mais tempo aqui, já joguei bastante tempo na Europa e pretendo continuar aqui”, explicou.
Auxílio-moradia?
O empréstimo do Rei das Pedaladas é válido por um ano, com a ressalva de que o Milan, dono dos direitos econômicos do jogador até junho de 2016, pode vender seu atleta a qualquer momento, caso uma oferta de compra seja apresentada.
Para fechar com o clube que o revelou para o futebol, Robinho diminuiu sua pedida salarial para R$ 600 mil mensais, porém com bônus e participação em ações de marketing, além de uma parte de seu rendimento mensal ser complementada pelo Milan.
“Não gosto de falar de valores, gosto de jogar futebol. Espero retribuir no campo, que é o que tenho que fazer. Voltar ao Santos é motivo de orgulho, passar imagens de coisas boas que passei aqui, mais boas do que ruins. Espero retribuir o carinho dentro de campo, jogando”, comentou.
Com muita especulação sobre exigências contratuais e até um pedido de auxílio-moradia, Robinho, mesmo sem querer falar sobre salário, negou a solicitação com muito bom humor.
“Desde 2002, consegui comprar um apartamento para a minha mãe. Aquele título foi coisa linda, me ajudou muito”, brincou, em relação ao Brasileiro de 2002, que despontou o craque para o futebol mundial.
Seleção
Ao ser questionado sobre sua não convocação para a Copa do Mundo deste ano, disputado no Brasil, Robinho falou com naturalidade e evitou criticar o ex-técnico Luis Felipe Scolari.
“Não ficou mágoa, não. Seleção sempre é o meu objetivo, não sou mais garoto, joguei duas Copas, me preparei muito para essa, mas o Felipão optou por outras de qualidade. Infelizmente, o Brasil não jogou bem. Meu foco é jogar bem no Santos e a Seleção é consequência do meu trabalho aqui”, disse.
No Peixe, Robinho deve formar parceria no ataque com Leandro Damião, outro jogador que já vestiu a camisa amarela e que acabou preterido por Felipão para este Mundial.
“Não sei quem vai jogar no ataque, você (jornalista) já está escalando, mas o Damião é grande jogador, amigo, jogou na Seleção por méritos, no que puder ajudar ele vou ajudar ao máximo. Acho que a gente pode fazer uma boa dupla, é um grande jogador. Vamos pensar em jogar bem no Santos para, depois, chegar à Seleção”, explicou.
Laor
Robinho também falou sobre sua discussão com o ex-presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. Em 2013, o mandatário tentou trazer o jogador ao Peixe, mas após o fim das negociações sem o devido acordo, Laor acabou criticando Robinho e sua pedida salarial para, posteriormente, ser rebatido pelo jogador em nota bastante dura.
Entretanto, nesta quinta-feira, Robinho encerrou o caso. “O Luis Álvaro acabou, por vocês (jornalistas) pressionarem, dando uma declaração que não era verdadeira. Mas isso é coisa do passado, o Santos é muito maior, independentemente do presidente. Não tenho nenhum tipo de problema com ele, sou bem verdadeiro. Nunca tive problemas com a diretoria, o Santos está acima de tudo, o amor, tudo o que o Santos me proporcionou”.
Histórico
Esta é a terceira passagem de Robinho pelo alvinegro praiano, que ficou marcado pelos dois títulos Brasileiros em 2002 e 2004, mas principalmente pelo primeiro, que acabou com um jejum de 18 anos do Peixe e eternizou as oito pedaladas do craque antes de sofrer e bater o pênalti que iniciou a vitória em cima do Corinthians na grande final.
Já em 2010, ao lado de Neymar e Ganso, Robinho conquistou a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista.
Com a camisa do Alvinegro Praiano, o atacante tem 213 jogos e 94 gols. O atacante é o 25º maior artilheiro da história do clube.