Roseli Barbosa alega que delação não é verdadeira e se diz surpresa com prisão
A ex-primeira dama, Roseli Barbosa, se posicionou, no fim da tarde desta sexta-feira (28), através de nota à imprensa, a respeito da operação ‘Ouro de Tolo’. Ela alegou que o conteúdo da delação premiada de Paulo Cesar Lemes, é inverídica. A ex-secretária da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas), também se disse surpresa com a prisão.
“A prisão me surpreendeu, uma vez que o processo estava em regular tramitação, sendo que nunca deixei de comparecer a qualquer ato e, tampouco, tive contato com os demais investigados. Jamais apresentei qualquer conduta para atrapalhar o desenvolvimento das investigações. Reitero a minha inocência, uma vez que nunca recebi nenhum tipo de vantagem ou participei de negociatas. Sempre trabalhei com toda seriedade à frente da Secretaria de Estado de Assistência Social, promovendo as ações necessárias e compatíveis à pasta”, disse Roseli, em trecho da nota.
A ex-secretária ainda afirmou que nunca permitiu usassem seu nome para obtenção de benefícios escusos e que nunca se encontrou com quaisquer outros investigados, no sentido de obter vantagens financeiras. Roseli alega também que: “O conteúdo da delação premiada de Paulo Cesar Lemes é inverídico, merecendo ser recebido com reservas, já que o delator possui direto interesse em incriminar pessoas e obter os benefícios processuais prometidos”.
Por fim, a esposa do ex-governador, Silval Barbosa (PMDB), disse “confiar na Justiça de Mato Grosso e respeito suas decisões, mas discordo de seus fundamentos, razão pela qual combaterei todos os excessos e provarei, no decorrer do processo, a minha inocência. Por fim, nego as acusações, reafirmando meu compromisso com o Poder Judiciário de comparecer e prestar todos os esclarecimentos necessários, cumprindo as medidas judiciais impostas”.
O caso
Roseli Barbosa foi presa preventivamente na tarde da última quinta-feira (20), em São Paulo, durante a Operação Ouro de Tolo, um desdobramento da Operação Arqueiro, responsável por investigar um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas). Porém, Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob relatoria do ministro Reynaldo Soares Fonseca, Barbosa derrubou a prisão preventiva, na última quinta-feira (26).
Todo o esquema teria acontecido entre 2012 e 2013, durante a gestão de Roseli. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.
O MPE narra um plano de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes (delator premiado que fundamentou o aditamento), o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública, sem necessidade de concorrer em licitação.
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