Silval sinaliza que não atenderá reivindicação da eduacação

O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou nesta segunda-feira (12) que o Estado não tem condições de negociar com professores da rede pública de ensino. A categoria entrou em greve hoje por tempo indeterminado.

Uma das principais reivindicações dos servidores é a dobra do poder de compra, o que na prática significaria reajustar o salário em 10,41% ao longo de sete anos.

Durante entrega da nova ala no Hospital de Câncer de Mato Grosso na manhã desta segunda-feira (12), Silval explicou que, recentemente, o Governo do Estado acatou um reajuste e que, agora, outro aumento será inviável.

“Chegamos a aumentar a quase 11% ao ano para os servidores, só que agora eles querem duplicar o salário, querem ganhar o dobro. Acho que a vontade, o desejo, a demanda da categoria é mais do que justa, mas o Estado não tem como chegar a isso nesse momento”, afirmou.

O governador também garantiu que paralisações são “naturais” e minimizou o fato de que possam afetar, de forma negativa, a sua gestão.

“É um processo natural. São as categorias buscando melhorar cada vez mais. O Estado vai até onde é possível. No caso da Educação, até 2015 nós concebemos dentro de uma negociação e fizemos tudo o que eles pediram no primeiro momento”, disse.

Outras greves

Em julho e agosto, pelo menos duas outras categorias ameaçaram greve.

No Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os servidores fizeram paralisações de um dia por três vezes.

Os servidores afirmaram que o Detran, hoje, se encontra sucateado, com defasagem no número de servidores necessários para atender à demanda de trabalho e com sua infraestrutura – em todo o Estado – totalmente precária.

Já a greve dos agentes do sistema penitenciário, no início de agosto, causou problemas na Justiça.

Sem avanço nas negociações, os servidores bateram de frente com o Judiciário ao se negarem a cumprir as decisões emitidas pelo Tribunal de Justiça do Estado para que 70% do efetivo continuasse trabalhando nas unidades prisionais e, posteriormente, para que a greve fosse suspensa por ser considerada ilegal – sob pena de pagamento de multa.

O governador afirmou que não negociaria com a categoria permanecendo em greve e, na última sexta-feira (9), um acordo colocou fim na paralisação.

Reivindicações da Educação

Além da dobra do poder de compra, os profissionais da Educação reivindicam também imediata realização de concurso público e chamamento dos classificados do último concurso.

Os educadores também querem a garantia da hora-atividade para interinos, melhoria na infraestrutura das escolas e aplicação dos 35% dos recursos no setor, como prevê a Constituição Estadual.

A autonomia da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) nos recursos devidos na área também é solicitada.

Apesar de o governador Silval Barbosa informar que não é possível garantir a dobra do poder de compra, nesta segunda-feira (12) o secretário estadual, Ságuas Moraes (PT), afirmou ao MidiaNews que está aberto para negociar.

Com a greve, 434 mil alunos matriculados ficam prejudicados. O Estado possui atualmente 20 mil professores e 734 escolas estaduais.