Sob vaias, Verdão para em seus erros e só empata com Bahia no Pacaembu William Correia
Mais de 15 mil pessoas pagaram ingresso neste domingo para entrar no Pacaembu com a esperança de que o Bahia, penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro, seria um atalho para o Palmeiras, enfim, vencer na competição sob o comando de Ricardo Gareca. Descobriram o que certamente já desconfiavam: o problema, antes de qualquer rival, é o próprio Verdão. Errando demais, o time não foi além de um empate por 1 a 1.
Com raros lances de qualidade ao longo de todo o jogo, os anfitriões só abriram o placar aos 15 minutos do segundo tempo, quando Victor Luis cruzou com tanta precisão que nem Henrique conseguiu falhar, cabeceando nas redes. Mas, dois minutos depois, Kieza aproveitou bobeira da zaga para selar a igualdade e inaugurar as vaias e reclamações da torcida palmeirense.
Foi o primeiro ponto somado pelo Verdão no Brasileiro com Gareca. O time completa sete rodadas sem vencer e está com 14 pontos, ainda próximo da zona de rebaixamento, que tem o Bahia com dez pontos.
O Palmeiras enfrenta o Avaí às 19h30 (de Brasília) na quarta-feira, no Pacaembu, podendo até perder por um gol de diferença para avançar na Copa do Brasil. Pelo Brasileiro, visita o Atlético-MG às 18h30 do próximo domingo, no Independência. O Bahia joga às 18h30 de sábado, diante do Goiás, na Fonte Nova.
O jogo – Ricardo Gareca posicionou seu time baseado no esquema que deu certo diante da Fiorentina, que, mesmo com os reservas que usou na quarta-feira, tem qualidade imensamente superior em relação ao adversário do Verdão nesta tarde. Sem Allione, ainda em busca da regularização de sua documentação, Leandro jogou pela direita, com Mouche do outro lado no 4-2-3-1 alviverde.
Após falhar em três gols adversários nos três jogos pelo clube, Tobio virou reserva. Mais confiável na defesa e solto na frente, a expectativa era de que a fragilidade do Bahia fosse uma alavanca para o Palmeiras, enfim, vencer no Brasileiro sob o comando de Gareca. Mas faltava alguém que tivesse uma característica fundamental no futebol: saber jogar bola.
Beneficiado pelo esquema dos baianos, que tinham o ex-jogador Charles como técnico interino no banco, o Verdão podia subir tranquilamente. O rival não tinha um meia e veio a São Paulo para não perder, montando duas linhas de quatro bem próximas para fechar espaços na intermediária defensiva e, com a bola, Marcos Aurélio virava ponta esquerda, subindo com Rhayner para levá-la a Kieza.
Sem meia para marcar, ficava fácil para Josimar atacar e formar um quinteto rondando a área de Marcelo Lomba. Na base da vontade, e só da vontade, Felipe Menezes acertou um raro passe que Henrique não conseguiu dominar quando tinha o goleiro à frente, logo aos oito minutos. Era um sinal do que os torcedores veriam nesta tarde do Pacaembu: erros em qualquer jogada.
Leandro não se mexia tanto, mas, diferentemente de outras partidas, não era o pior em campo. Henrique não acertava nada e ainda podia usar Mouche e Felipe Menezes como argumento, já que ambos travavam mais jogadas de ataque do que qualquer volante do Bahia. Josimar se comparava a Wendel ao subir só com disposição, sem qualidade para gerar alguma possibilidade de finalização.
A única esperança alviverde de balançar as redes estava nas passagens de Victor Luis pela esquerda. Seu posicionamento era tão correto que fazia até Felipe Menezes não ter condições de errar passes. A maior chance, porém, veio em situação ainda mais rara: cruzamento de Wendel que Leandro cabeceou rente ao pé da trave direita, aos 35 minutos.
Diante de tanta fragilidade adversária, o Bahia sonhou e quase foi para o intervalo vencendo, quando Kieza entrou na grande área completamente livre e não finalizou porque Fábio, mesmo hesitando em sair nos seus pés, avançou a tempo de afastar a bola antes do atacante.
No intervalo, Gareca decidiu que melhoraria o time trocando Wendel por Weldinho, e o reserva realmente deu mais vida ao ataque pela direita, embora também lhe falte qualidade. Mesmo assim, foi de seu setor que Josimar cruzou para Henrique isolar a bola em chance clara, aos nove.
Mas a melhora foi muito pequena para quem estava muito mal. O palmeirense ainda levou as mãos à cabeça no Pacaembu aos 13, quando Kieza desarmou Marcelo Oliveira na linha de fundo e tocou para Marcos Aurélio completamente livre perto da marca do pênalti, com Fábio já batido no lance, conseguir bater para fora.
A alegria, porém, durou pouco. Dois minutos após Henrique balançar as redes, Weldinho errou cruzamento e a bola seguiu até Pará, que executou boa jogada pela esquerda e chegou à linha de fundo para cruzar na pequena área para Kieza. O atacante não desperdiçou a chance de selar o empate.
Em meio a revolta e vaias crescentes da torcida, Gareca trocou os irritantes Mouche e Felipe Menezes por Mendieta e Patrick Vieira. Quem entrou provou que o maior problema do Palmeiras é ter a bola no pé, pois não sabe o que fazer com ela. Ficou fácil para o Bahia preencher seu meio-campo e até permitir alguns chutes bisonhos contra o gol de Marcelo Lomba. O ponto no Pacaembu estava garantido.