Solto, Savi ainda pode disputar reeleição em MT; DEM diz “não se opor”
Deputado pode recorrer ao partido ou, até mesmo, substituir um candidato que venha a desistir da disputa
O deputado estadual Mauro Savi (DEM), que deve ser solto nesta sexta-feira após quase 4 meses de prisão, ainda poderá disputar as eleições deste ano. Ele, que não participou das convenções partidárias, não teve o registro de sua candidatura homologado pela sigla.
Após ganhar a liberdade, Savi poderá recorrer no próprio partido para garantir o registro de sua candidatura. Uma outra possibilidade é Savi entrar na disputa caso algum candidato da coligação da qual faz parte saia da disputa. Neste caso, ele entraria como “substituto”.
Caso queira disputar as eleições, Savi deverá entrar com recurso, uma vez que não pôde participar da convenção partidária, realizada no dia 4 de agosto, quando ainda estava preso. Além disso, o prazo máximo para registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral se expirou no último dia 15.
O deputado federal Fábio Garcia, presidente da legenda em nível estadual, afirmou que a decisão cabe a Savi e que o partido “não irá se opor” ao registro de sua candidatura. O candidato ao Governo pelo partido, Mauro Mendes (DEM), se esquivou sobre o assunto, dizendo que era uma decisão que “cabe a executiva”.
Mauro Savi foi mantido preso preventivamente no CCC desde o dia 9 de maio, quando o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Bônus, 2ª fase da Operação Bereré. O parlamentar é apontado como chefe de uma organização criminosa que apura esquema de desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran/MT).
Segundo as investigações, cerca de R$ 30 milhões podem ter sido desviados do órgão.
Na noite desta quinta-feira (23), o Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu por acolher a denúncia do Ministério Público do Estado, que transformou os investigados em réus. Além de Mauro Savi, responderão como réus na ação o ex-secretário-Chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, e os empresários José Kobori, Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, o “Grilo”.
No mesmo julgamento, o Pleno decidiu revogar as prisões preventivas de todos os investigados pela operação. Eles devem deixar as celas na tarde desta sexta-feira. O relator do caso, desembargador Zuquim Nogueira, deverá aplicar medidas cautelares aos réus, como o monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Nogueira ainda pode acolher a sugestão do também desembargador Marcos Machado, que defendeu o afastamento de Mauro Savi de suas atividades na Assembleia.
FolhaMax