Taques critica empreguismo e diz que Governo “não é Sine”
Candidato disparou contra gestão da Saúde e da Seduc, que está nas mãos do PT
O foco da campanha de Pedro Taques (PDT) ao Governo do Estado, segundo ele, serão as propostas – ao lado das críticas ao atual Governo, sob o comando de Silval Barbosa (PMDB).
“Não concordo em entregar uma secretaria a um partido político. O Governo do Estado não é Sine [Sistema Nacional de Empregos] para ficar empregando quem quer que seja”, disse, por exemplo, ao reafirmar críticas ao que classificou de “aparelhamento” da Secretaria de Estado de Educação pelo PT.
Após o registro de sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na manhã de sexta-feira (4), o senador indicou que sua campanha terá um tom bastante crítico.
“Cabe ao nosso grupo político mostrar que não queremos esse atual modelo de administração. Somos da oposição; eu fui eleito pela oposição. Senão, nós seriamos iguais. Eu quero ser governador porque acredito que é possível mudar a realidade que aí se encontra”, disse.
“Apesar de Mato Grosso ser campeão de produção de várias commodities, como soja, algodão, gado bovino, o Estado tem lepra, e isso nos envergonha. Tem indicadores do ensino médio de péssima qualidade. Tem uma segurança que não nos dá tranquilidade. Não quero esse modelo que está aí, que permitem que os professores passem 70 dias em greve”, disse.
Gestão petista na Seduc
Pedro Taques voltou a criticar a gestão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que é comandada pelo PT, sigla do adversário Ludio Cabral na disputa pelo Governo.
Em discurso, na convenção do DEM, no fim de junho passado, ele comparou a gestão da pasta a “uma quitanda”.
“Não concordo em entregar uma secretaria a um partido político. O Governo do Estado não é Sine [Sistema Nacional de Empregos] para ficar empregando quem quer que seja. Partidos políticos podem indicar secretários, desde que tenha competência. Eu critico até o meu partido, o PDT, por ter o Ministério do Trabalho”, afirmou.
“Dentro dos partidos existem pessoas competentes e incompetentes. Não podemos aparelhar o Estado com os amiguinhos, os companheiros e apaniguados. O ensino médio de Mato Grosso tem o maior índice de reprovação do Centro-Oeste e um índice de evasão muito grande. E por que o mesmo grupo político que não mudou isso, agora vai querer mudar?”, alfinetou.
Na enxurrada de críticas de Taques, não escapou nem mesmo a Secretaria de Estado de Saúde, que até um ano atrás era comandada pelo PP – partido do candidato a vice-governador da sua chapa, o produtor rural Carlos Fávaro.
O modelo de gestão terceirizado foi implantado pelo ex-secretário Pedro Henry (PP), que hoje cumpre pena por envolvimento no Mensalão.
“A Saúde em Mato Grosso não vai bem. Os hospitais regionais não estão funcionando. O hospital de Colíder está em greve. O hospital de Sinop desde 2008 está pronto e não inaugurou. Quantas vezes já marcaram a o início do hospital de Porto Alegre do Norte? No Hospital Metropolitano de Várzea Grande, o contrato com a OSS Ipas era para fazer 9 mil procedimentos de alta complexidade e só foram feitos 324”, disse.
“O secretário de Saúde era do PP, mas o PP já saiu do Governo, há bastante tempo. Algumas OSS funcionam em Santa Catarina e São Paulo, mas aqui não funcionam. Houve alguma coisa errada, segundo o TCE. Sou contra esse sistema desde a implantação, e não hoje, na eleição. Engraçado isso, algumas pessoas são contra agora. Depois da porta arrombada, tiveram que colocar tranca. Por que não foi contra lá atrás? Agora, no período eleitoral, é fácil ser maria vai com as outras”, disparou o candidato.
Apesar de não economizar nas críticas, Taques promete não partir para os ataques pessoais.
“Da nossa parte não haverá nada disso e cabe à Justiça Eleitoral coibir essa prática. Eu confio na Justiça Eleitoral. Baixaria é responsabilidade dela”, disse.