Política

Taques diz que ‘burros’ participaram da execução do VLT e não vai continuar obra sem consultoria

bO governador Pedro Taques (PSDB) criticou o planejamento do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), e tachou os executores da obra de “burros”. Ele também lembrou que é preciso alimentar o modal com energia elétrica, e questionou se houve construção de novas subestações para fazer funcionar o VLT. A obra está paralisada desde o final do ano passado, devido a um impasse entre o governo estadual e o consórcio VLT Cuiabá.

“Vamos falar sobre a questão energética. O VLT não é a gasolina, não é a diesel, não é empurrado por burros. Agora muito burros participaram da feitura do VLT. O VLT é energia elétrica. As subestações foram feitas?”, disparou, durante entrevista ao programa Chamada Geral, da rádio Mega FM, na manhã desta terça-feira (6). A declaração foi em resposta a uma pergunta do economista Vivaldo Lopes, que foi secretário-adjunto de Fazenda do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Vivaldo ainda sugeriu que a obra fosse concluída com uma parceria público-privada (PPP), com uma concessão de 30 anos para operação do serviço. Em resposta, Taques disse que está esperando o resultado da consultoria contratada antes de tomar qualquer decisão.

“Não posso determinar que isso seja feito sem um trabalho de consultoria, que vai me dizer qual o modelo de operação, tarifário, para que eu possa decidir como o VLT será operado. Esse modelo que você está dizendo, qual empreiteira aceitaria isso sem um estudo tarifário, sem saber o quanto ele pode cobrar pelo VLT, se seria subsidiado? São ideias boas, inteligentes, mas não passam de opiniões. Mas eu não sou técnico do VLT e vou colocar isso no papel com uma consultoria especializada. Alias, o que não foi feito pela administração passada”, alfinetou o governador.

Ao final da entrevista, Pedro Taques admitiu que se sente angustiado em ver as obras inacabadas do VLT em Cuiabá e Várzea Grande, mas que não se precipitará para retomar as obras do modal. Ele lembrou, ainda, que assumiu o comando do Palácio Paiaguás apenas em janeiro deste ano.

“Também me sinto angustiado em ver as obras do VLT. Eu não determino nada sem consultoria. Não sou achista. Nossa administração faz o que precisa ser feito”, afirmou. “Na campanha eu não disse que terminaria o VLT em nove meses. Quem disse que terminaria o VLT em nove meses perdeu a eleição. Isso significa dizer que o cidadão está de acordo, ao menos os que votaram em mim. Agora eu sou governador de todos os cidadãos”, disse.

Na rede social

Em postagem em sua página no Facebook, o governador repetiu o discurso, destacando a importância da consultoria para o prosseguimento das obras, além da falta de projeto executivo e o valor que já foi pago ao consórcio VLT Cuiabá: R$ 1,066 bilhão de R$ 1,47 bilhão licitados em 2012.

“Eu não sou técnico em VLT. Esta é uma obra que começou sem projeto. Como continuar uma obra sem projeto? Até hoje, o Estado não sabe como será operado o VLT, quanto vai custar e quanto tempo vai levar pra terminar. Os vagões estão lá parados desde 2013. Me angustia ver esta obra parada. É um grande escândalo que já estamos enfrentando. Mas, não somos irresponsáveis de cometer erros que já foram cometidos no passado. Precisamos terminar a obra. Mas não coloco mais um real do Estado que não seja lícito”, escreveu.

Olhardireto

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