Tatuador usa técnica 3D para reconstituir mama
O processo de tratamento de uma mulher vítima de câncer de mama é bastante doloroso. A retirada da mama é um dos momentos mais difíceis durante a luta contra a doença.
O tatuador Elessandro Ferreira da Silva, mais conhecido como Ferro Tattoo, que mora em Primavera do Leste (233 km ao sul), se sensibilizou com o dilema vivido por milhares de mulheres que sofrem deste tipo de câncer e decidiu ajudá-las através de uma técnica de tatuagem que desenha os mamilos, oferecendo o serviço de graça.
O tatuador explica que o interesse em contribuir de alguma forma no bem estar destas vítimas da doença surgiu com a estória da mãe de um amigo dele, que passou pela cirurgia de mamoplastia oncológica, ou seja, retirou o tecido mamário. Há seis meses decidiu ir atrás de procedimentos que pudessem desenhar de forma quase que perfeita a mama.
Ferro Tattoo descobriu duas técnicas que poderiam ajudar na reconstituição, a do realismo e a do 3D. Com essas duas técnicas, que é diferente da tatuagem convencional, é possível dar a impressão que realmente existe uma proporção do bico.
Mas para fazer este tipo de tatuagem é necessário que a mulher não tenha ficado exposta ao sol na região do seio e tenha feito a cirurgia de retirada da mama há mais de um ano. O tatuador explica que se fosse cobrado por este serviço em média de 450 a 650 reais, dependendo de cada cliente.
Ele conta que tatuou cinco mulheres em São Paulo, enquanto fazia um curso. Em Mato Grosso ainda não fez nenhum trabalho deste tipo, mas já tem pessoas agendadas para a próxima semana. No início de fevereiro começou a divulgar o serviço gratuito e irá reservar dois horários na agenda por semana para fazer os atendimentos. Nos casos de retoques também não será cobrado nenhum valor.
Segundo a presidente da Associação de Trabalhadores Voluntários Contra o Câncer de Mama (MT Mamma), Vera Lice Valéria, a entidade orienta que as mulheres interessadas em fazer o procedimento devem procurar um médico que irá avaliar as condições da paciente.
O médico oncologista, Luciano Florisbelo da Silva, que trabalha no Hospital do Câncer de Cuiabá, afirma ser a favor do procedimento, já que isto melhora a auto-estima da mulher.
Mas, o médico recomenda buscar referências do tatuador e saber sobre a qualidade dos materiais. Sobre o risco de infecções, o oncologista explica que é considerado o mesmo para qualquer região do corpo.
GazetaDigital