Universitária pode ter sido morta por irmão do namorado, aponta laudo
A Polícia Civil em São José do Rio Claro, cidade a 325 km de Cuiabá, possui indícios de que a estudante de Direito Isabella Cazado, morta aos 22 anos no dia 31 de maio, pode ter sido atingida por um tiro disparado pelo irmão de seu namorado na noite do crime. A investigação conta com depoimentos de testemunhas que viram o irmão do namorado da vítima dentro do carro e com um laudo de necrópsia divulgado nesta sexta-feira (19) apontando um orifício na nuca da vítima.
Segundo apurou a Polícia Civil até o momento, Isabella Cazado foi morta durante uma discussão com o namorado, Roni Santos, de 23 anos, dentro do carro dele na noite do dia 31 de maio em São José do Rio Claro. Roni Santos está foragido desde a noite do crime. Já seu irmão, Fernando Santos, 21 anos, está preso desde o dia 12. A defesa dos irmãos não está se pronunciando sobre o caso.
O delegado municipal de São José do Rio Claro, Nilson Farias, divulgou nesta sexta-feira que o exame de necrópsia apontou a existência de um orifício provocado por disparo de arma de fogo na região da nuca de Isabella.
Um projétil inclusive foi encontrado na parte dianteira do interior do carro, na frente do câmbio. Segundo Farias, portanto, Polícia deduz que o disparo na nuca só pode ter partido de uma terceira pessoa que estivesse no banco de trás do veículo.
Laudo aponta que Isabella foi atingida na nuca.
(Foto: Polícia Civil / Del. de São José do Rio Claro)
Terceira pessoa
A dedução da Polícia é reforçada pelos depoimentos de testemunhas que relataram ter reconhecido uma terceira pessoa – o irmão de Roni, Fernando – no banco de trás do carro onde o casal estava discutindo na noite do dia 31 de maio.
As testemunhas são da cidade de São José do Rio Claro e relataram que naquela noite acompanharam o carro em movimento com Roni, Isabella e uma terceira pessoa a bordo, Fernando, que inclusive chegou a olhar para as testemunhas, segundo elas. O veículo trafegava em velocidade reduzida, com os vidros abaixados, e os barulhos de dentro do carro sugeriam que ocorria uma discussão entre os ocupantes.
Segundo o relato, o veículo passou por um quebra-molas, acelerou e logo freiou, momento em que as testemunhas contaram ter ouvido os estampidos de três disparos de arma de fogo. Em seguida, o veículo voltou a trafegar vagarosamente.
Nesta sexta-feira, segundo o delegado, mais uma testemunha relatou que viu Fernando dentro do veículo naquela noite justamente atrás do banco do carona.
Outro fator que reforça a suspeita sobre o envolvimento de Fernando como executor na morte de Isabella é a informação obtida pela Polícia de que ele ameaçava a namorada do irmão.
Segundo o delegado Nilson Farias, Isabella tinha medo de Fernando, uma vez que este “tomava as dores” do irmão nas discussões do casal.
Interrogado pelo delegado, Fernando se manteve em silêncio durante todo o tempo. A Polícia Civil ainda faz buscas para cumprir mandado de prisão contra Roni.
Violência contra a mulher
Estudante de Direito, Isabella Cazado estava desenvolvendo um trabalho de conclusão de curso (TCC) sobre violência contra a mulher no 9º semestre do curso, na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), no campus de Diamantino, a 209 km de Cuiabá.
Isabella iria apresentar o TCC na próxima segunda-feira (22).
“Ela nunca comentou porque tinha escolhido esse tema, apenas disse que achava interessante e que queria aprofundar nisso. Ela nunca comentou nada sobre a vida pessoal dela. Infelizmente, ela escreveu a introdução, dois capítulos e não terminou”, declarou Alessandro de Almeida Santana Souza, professor orientador da estudante.
G1-MT