Polícia

Várzea Grande apura o desperdício de 400 mil medicamentos

gOs 400 mil medicamentos vencidos de Várzea Grande começaram a ser catalogados pela Câmara Municipal de Várzea Grande. A ação faz parte de investigação para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.

Também deverão ser catalogadas as mais de duas toneladas de medicamentos vencidos e os equipamentos hospitalares sucateados, encontrados em salas do Centro de Controle de Zoonoses e unidades de Saúde, em Várzea Grande.

Três vereadores do município, que compõem a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, e seis servidores municipais realizam a catalogação dos itens. A ação teve início na segunda-feira (2).

A inspeção iniciou-se pelo Centro Municipal de Distribuição de Medicamentos (Cadim).

O objetivo da catalogação, a princípio, é identificar em quais gestões foram feitas as aquisições dos 400 mil medicamentos vencidos.

O resultado da investigação deverá sair em uma semana.

O presidente da comissão que irá catalogar os itens, vereador Hilton Gusmão (PROS), declarou que o levantamento deverá mostrar os reais culpados pelo descaso na Saúde.

“A sociedade precisa saber e a Justiça punir o grande responsável pelo descaso, enquanto vidas eram ceifadas pela ausência dos mesmos, tanto nas unidades de Saúde, como no Pronto-Socorro Municipal”, destacou.

Conforme a assessoria de imprensa da Câmara, a princípio, Gusmão arriscou dar um prévio parecer sobre o caso, ao atribuir total negligência do Poder Executivo, pelo menosprezo com os remédios.

Nessa omissão, segundo Gusmão, incluem-se secretário de Saúde, direção do Pronto-Socorro e membros do Cadim, responsáveis pela guarda e distribuição dos medicamentos.

TCE investiga medicamentos

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) está investigando o caso dos mais de 400 mil medicamentos vencidos em Várzea Grande.

A medida foi adotada após o Ministério Público de Contas (MPC-MT) solicitar a instauração de um Processo de Representação Interna, com pedido de medida cautelar.

As investigações deverão avaliar o prejuízo financeiro causado pela perda dos medicamentos e identificar os culpados pela ação.

A portaria foi publicada no Diário de Contas de 27 de julho e tem como relator o conselheiro Valter Albano da Silva.

A publicação relata que o processo está investigando irregularidades em atos da administração municipal de Várzea Grande.

Uma equipe técnica do TCE-MT realiza auditorias nos medicamentos e analisa os locais onde eles estavam armazenados, o Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos de Várzea Grande (Cadim) e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

A portaria exigiu que a Prefeitura do município não elimine os medicamentos encontrados até que seja realizada a auditoria.

Os remédios deverão ser preservados, para que seja realizada a análise técnica sobre a aquisição deles e a forma como foram armazenados.

Medicamentos vencidos

O relatório realizado pela Secretaria de Saúde de Várzea Grande aponta que os medicamentos foram comprados em quantidade superior à necessidade.

O documento finalizado será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE). O prejuízo pode ser superior a R$ 1 milhão.

Durante o levantamento dos medicamentos vencidos, também foram encontrados insumos hospitalares fora do prazo de validade.

A Prefeitura de Várzea Grande disse que está investigando o caso, por meio de processo administrativo interno.

O secretário municipal de Saúde, Cassius Clay de Azevedo, disse que poucos medicamentos analisados pelo levantamento estão em condições de serem utilizados.

Ele classificou a situação como “descaso com o dinheiro público”.

Mídia News

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