Durante Marcha dos Prefeitos, Neurilan diz que é ignorado pelo governo
Sob a liderança de Neurilan Fraga, presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), os prefeitos do estado se reuniram nesta terça-feira (07) durante a 2ª Marcha dos Prefeitos Mato-grossenses com um aceno muito claro ao governo: a insatisfação é generalizada.
Além da estratégia política, parte dos prefeitos tentam alinhar uma estratégia financeira de recuperação dos municípios, já que os atrasos nos repasses do governo são frequentes. A criação de um consórcio de compra de remédios é uma das opções para reverter o déficit nos recursos da Saúde, por exemplo.
No que se refere à paralisação de obras no interior e ao congelamento do pagamento de algumas emendas, os prefeitos se viram obrigados a acenar para o Governo Federal. Não à toa o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Paulo Rabello, palestrou no evento sobre a aquisição de empréstimos no banco público.
Mas estes atrasos – principalmente na Saúde, que somam R$ 160 milhões – tornaram-se uma bandeira legítima para Neurilan Fraga. O presidente da AMM não negou sua insatisfação ao conversar com a imprensa e revelou que algumas de suas cobranças resultaram em um desgaste na relação pessoal com alguns secretários de Estado.
“Eu não tenho tido contato com o governador, já há algum tempos nós não temos conversas pessoais. Eu tinha alguma relação com alguns secretários e agora até essa relação com alguns secretários está difícil, estou há mais de 20 dias pedindo audiências com o secretário de Fazenda e ele nem responde se vai me atender ou não. Então é uma dificuldade de relacionamento também”, comentou o municipalista.
Intenção política
Apesar da visível carga política e eleitoral do encontro, Fraga negou que a Marcha tenha como objetivo pressionar o governo ou desgastá-lo politicamente até outubro. Para ele trata-se de uma ferramenta de preparação dos gestores para administração.
“O governo acha que eu estou fazendo política, que eu sou candidato a deputado federal, mas isso não é verdade, [isso] é o meu papel, eu não estou fazendo aqui nada mais do que é cobrar aquilo que nos é de direito”, comentou.
Por Lázaro Borges/O Livre