Sugestionabilidade popular
O elemento primordial do controle de uma população é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelos políticos mediante a técnica do dilúvio de distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é indispensável para impedir que o cidadão se interessasse pelos assuntos essenciais em todas as áreas do município que encontram-se estagnadas. “Manter a atenção do cidadão distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real nos meios de comunicação comprando-os ou alimentando-os com migalhas com dinheiro do próprio cidadão é uma pratica recorrente e ainda presente atualmente.
Manter o público sem nenhum tempo para pensar; e de volta ao curral como os outros animais ainda é pratica em varias fazendas eleitorais, onde os proprietários ordenam e os capatazes executam.
Este método é velho e é chamado de “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma situação já com a previsão de causar uma reação no público. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique um problema na cidade, a fim de que o público cobre soluções. O que não se permite é que sejam divulgadas as reais consequências para estes problemas, que quase sempre são mínimas, mas se bem divulgadas as ações para a solução tornam-se imensuráveis em seus dividendos políticos.
Outra forma é criar e alimentar uma crise econômica para que o cidadão aceite o retrocesso e o desmantelamento dos serviços públicos. Esta pratica desenvolve no cidadão a síndrome de coitadíssimo. Ele se sente constrangido em cobrar das administrações as promessas feitas.
Alguns administradores para fazer com que a população aceite uma medida inaceitável, realizam sua aplicação gradativamente, a conta-gotas. Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa mas necessária”, obtendo a aceitação pública, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” acreditando que o administrador ainda cumprirá suas promessas. Mas o fato é que um mandato tem apenas quatro anos, se em dois não foram feito quase nada, nos dois últimos serão recuperado o tempo perdido?
A maioria da publicidade dos políticos medíocres é dirigida ao público utilizando discursos, argumentos, personagens e entonação infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o cidadão fosse um deficiente mental. Para enganar ao cidadão adota-se um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como se ela fosse uma pessoa de 12 anos. Amordaça-se, publicasse apenas o que é bom e então governa-se como se tudo estivesse lindo. Em outras palavras, imbeciliza-se o cidadão e ele não exige.
Fazer uso do aspecto emocional é outra técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos cidadãos. Isto permite enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos. O dito popular que prega que cada povo tem o governo que merece, a cada dia se faz mais real. Passam-se anos e anos e o povo ainda crê em promessas eleitorais.
Eder Bevilaqua