Política

Éder usa grampos para tentar absolvição

sAlvo de mandados cumpridos na 2ª fase da Operação Ararath em novembro de 2013, o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva já vinha sendo investigado desde 2011 quando ainda era magistrado e titular da 1ª Vara Federal de Mato Grosso. Foram interceptações telefônicas em conversas do advogado Tiago Vieira de Souza Dorileo que levaram a Polícia Federal a estender a investigação ao então juiz e deflagrar a 2ª etapa da Ararath.

Tiago Dorileo, à época, era bacharel em direito e morador do Florais dos Lagos, em Cuiabá, mesmo condomínio onde fica a mansão de R$ 3,6 milhões do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes (PHS), apontado como mentor e operador político do complexo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro investigado pela PF e Ministério Público Federal (MPF). Tiago já havia sido pego na Operação Asafe deflagrada em 2010 para desarticular suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário Mato-grossense. Na Ararath, ele também foi alvo de mandados cumpridos na 3ª fase, apontado como lobista.

As informações de que Julier já estava sendo investigado em 2011 agora são usadas para tentar anular todas as fases da ação penal contra Eder Moraes, a esposa Laura Tereza da Costa Dias e Luiz Carlos Cuzziol, superintendente do BIC Banco em Mato Grosso. Os advogados de Eder consideram o episódio envolvendo Julier como “forte argumento jurídico” para anular inclusive a decisão sobre o recebimento da denúncia.

No dia 25 de novembro de 2013, a Polícia Federal  cumpriu mandado de busca e apreensão na residência e no gabinete do então juiz federal em Cuiabá, onde apreendeu documentos e computador. Uma das acusações contra ele era por suposto favorecimento à Encomind Engenharia, Comércio e Indústria Ltda, que obteve decisões judiciais liberando pagamentos pendentes do governo federal.

Julier renunciou à magistratura supostamente para ingressar na carreira política. Hoje é réu em uma das ações da Ararath que tramita na 5ª Vara Federal. Na ação penal, ele e o empresário Osvaldo Alves Cabral, dono da construtora Planservi, são acusados de lavagem e dinheiro e corrupção ativa e passiva. Ambos foram alvos de busca e apreensão, em novembro de 2013 e tiveram os bens apreendidos por decisão do juiz Jefferson Schneider. Agora, a defesa de Julier alega que Schneider seria suspeito para julgar o caso e tenta afastar o magistrado do caso com pedidos de suspeição. Por enquanto, sem sucesso.

A Operação Ararath teve início em novembro de 2013 após ser descoberto um esquema de lavagem que teria movimentado mais de R$ 500 milhões através de empresas de factoring e combustíveis comandadas pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça. A partir das investigações, a Polícia Federal descobriu uma série de fatos que respingaram  em órgãos públicos de Mato Grosso, políticos influentes, diversos empresários e empreiteiras que mantinham negócios com o setor público.

Folhamax

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