Opinião

Ainda pior que a corrupção

wwÉ importante que, nesse particular, o cidadão e a sociedade estejam atentos, exercendo seu direito.

O balanço da Petrobras é sintomático. Ao revelar que a corrupção drenou R$ 6 bilhões e, ao mesmo tempo, a incompetência e decisões equivocadas impuseram à petrolífera prejuízos da ordem de R$ 15 bilhões, diz, subliminarmente, que a má escolha, a indicação política e o aparelhamento dos postos nas estatais e no serviço público, causam mais danos que a própria corrupção, esse crime nojento e hediondo que o país, finalmente, começa a combater.

As condenações do mensalão no Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria e a presidência de Joaquim Barbosa (apesar das penas brandas e das brechas penais que beneficiam os políticos envolvidos) e as mãos firmes dos condutores da Operação Lava Jato, que prenderam e já começam a condenar dirigentes da Petrobras, empreiteiros, lavadores de dinheiro roubado e atravessadores ligados aos partidos políticos, não deixam dúvidas de que o Brasil já encontrou o caminho para combater a corrupção.

É só aperfeiçoá-lo e aplicar o método em todos os quadrantes onde se fizerem presentes indícios e provas da sangria ao dinheiro público, pouco importando se em nível federal, estadual ou municipal ou se no âmbito do Executivo, do Legislativo ou até mesmo do Judiciário.

É importante que, nesse particular, o cidadão e a sociedade estejam atentos, exercendo seu direito, até obrigação, denunciem e peçam (ao Ministério Público, às ONGs, aos parlamentares) a apuração de todas as irregularidades que chegarem ao seu conhecimento.

Mas, até agora, nada se viu quanto ao combate ao inchaço dos órgãos públicos e empresas controladas pelo governo, com políticos derrotados, cabos eleitorais, militantes, amantes e apadrinhados sem qualquer formação ou afinidade para as funções em que são nomeados ou, ainda, sem a necessária conduta ilibada para adentrar aos sagrados portais da administração pública.

Pelo contrário, a cada mudança ou instabilidade de governo verifica-se a enorme fila dos “cargueiros” e o malfadado balcão de troca onde o Executivo distribui os cargos da administração aos apadrinhados dos parlamentares que formam (ou venham a formar) em sua base aliada e, em vez de cuidar dos interesses do povo, passam a votar sempre com o governo, agindo como autênticas vaquinhas de presépio.

Fonte: Mídia News

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