Polícia

Durante assembleia PM e CBM cobram do governo reestruturação salarial por possuírem salários defasados

As entidades que representam os soldados, cabos e subtenentes e oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militar de Mato Grosso se reuniram agora pouco em Sinop com as categorias para tratarem da proposta que visa a reestruturação salarial da classe.

Os policiais militares e os bombeiros do Estado de Mato Grosso estão empenhados em uma campanha para garantir a reestruturação salarial para as suas carreiras. Isto porque o Plano de Cargos e Carreiras aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Silval Barbosa (PMDB) não contemplou a questão salarial que estaria muito defasada em relação as outras carreiras públicas estadual.

Assembçeia da pmSegundo os representantes das entidades Major da PM Wanderson Nunes Siqueira, da Associação de Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militar (Assof-MT), Subtenente PM Jamil Amorim de Queiroz e Sargento PM Whagton Nunes de Souza, da Associação de Sargentos, Subtenentes e Oficiais Administrativos e Especialistas Ativos e Inativos da PM e BM (Assoade-MT), e Cabo PM Adão Martins da Silva, da Associação de Soldados e Cabos PM/BM de Mato Grosso (ASC/PMBM-MT), o objetivo do evento é “Informar e esclarecer os militares sobre a proposta de reestruturação salarial em discussão com o governo do estado.

“Acredito que o governo vai ouvir e atender as reinvindicações das categorias que estão unidas nesta luta para a reestruturação salarial. Os policias militares e bombeiros de Mato Grosso possui um dos piores salários da região centro-oeste. E comparando com a polícia civil e outros servidores no mesmo nível a diferença salarial é muito grande, chegando próximo dos 50% em alguns casos”, disse o Major Wanderson ao Nortão Notícias, enfatizando que diferente das demais categorias os militares não recebem qualquer outro subsídio além do salario.

Assof-MT, Assoade-MT e ASC/PMBM-MT informaram que a intenção neste momento não é radicalizar o movimento. “Até porque o governo do estado tem ouvido as reivindicações e demostrado sinais de interesse em atender. Agora se houver necessidade os militares estão dispostos, dentro da legalidade, a fazer possível para que as reivindicações sejam atendidas”.

A assembleia ocorreu no plenário do Fórum, Comarca de Sinop e reuniu cerca de 70 militares, tanto de Sinop quanto de outras cidades da região. Em outras cidades polo do estado as assembleias já foram realizadas. Ainda este mês acontecerá uma grande assembleia final em Cuiabá.

Reestruturação Salarial

A proposta de reestruturação salarial que os militares buscam ser criada pelo governo do estado, não se relaciona com os aumentos salariais dados anualmente para recomposição da infração e correções.

Pela proposta dos militares, caso aceito e implantada, as categorias internas divididas em soldados, cabos, subtenentes e oficiais da PM e BM terão remuneração salarial compatível ao tempo de serviço e grau de instrução que possuir.

Na prática, um soldado que possui apenas nível médio, ou em início de carreira, terá salário diferenciado daquele que possui curso superior ou tenha maior tempo de serviço.

Além de garantir melhores salários e valorização profissional dos militares, a proposta teria como resultado, no longo prazo, a elevação do nível de instrução dos militares. Como consequência, esperam também melhorar a qualidade do serviço prestado a população.

O salário de um soldado da Polícia Militar ou Bombeiro Militar em início de carreira deve fechar o ano em Mato Grosso na ordem de R$ 2.700,00. Esse salário é o mesmo que um policial civil recebia no final de 2012. Atualmente, quem ingressa na polícia civil na função de investigador e escrivão tem remuneração na ordem de R$ 3.900,00, R$ 1.200,00 a mais que na Polícia Militar. Esse valor á ainda muito maior para o perito criminal, que tem vencimento de R$ 7.661,00.

Se comparado a outros órgãos da administração pública estadual, que além do salário possui várias outras gratificações, um servidor com o mesmo nível de formação, chega a receber R$ 5.500,00.

Nossa Opinião

A desvalorização profissional dos policiais e bombeiros militares é reflexo desta política pública de segurança ultrapassada e ineficiente adotada por gestores anteriores e que, lamentavelmente, está sendo seguida pelo atuo governo do estado.

Esta triste realidade do achatamento salarial da Polícia Militar e Bombeiro Militar, fruto do baixo investimento em segurança pública, demostra falta de prioridade dos  gestores com este setor que é vital para a qualidade de vida da população mato-grossense.

Um dos macros objetivos do Plano Estadual de Desenvolvimento (MT+20), que trata das metas e ações para a “melhoria da qualidade de vida da população de Mato Grosso”, prevê “redução dos índices de criminalidade, passando de 21,6homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2005 para 7,0 por 100 mil habitantes em 2026; e 80,7 roubos e furtos dolosos por 100 mil habitantes em 2005 para 25,5 em 2026”.

Contudo, com os investimentos em níveis tão baixo como estão, dificilmente essa meta será atingida.

Com um orçamento estimado em R$ 13, 34 bilhões para este ano, a previsão é que apenas R$ 1,31 bilhão seja investido em Segurança Pública. Isso representa menos que 10% do total arrecadado pelo governo de Mato Grosso.

Além de a questão salarial, as polícias militar e civil e os bombeiros sofrem com a falta de estrutura para garantir a segurança da população, principalmente no interior.

Apesar de gastar uma verdadeira fortuna com terceirização da frota de veículos utilizados em diversos órgãos do governo, faltam viaturas em praticamente todas as unidades policiais do estado. Esta situação compromete a qualidade do serviço prestado e aumenta a insegurança da população que sofre com o aumento dos índices de criminalidade 

 

 

 

 

 

Nortão Noticias

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