Política

“Encontramos Cuiabá com uma cicatriz rasgada no meio”, afirma Pedro Taques

rO governador Pedro Taques (PSDB) novamente se mostrou contrário a escolha do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) como o novo modal da capital mato-grossense. Porém, garantiu que cumprirá o compromisso de terminar a obra. Quando assumiu, ele disse ter encontrado a cidade com “uma cicatriz rasgada no meio”. Além disto, o chefe do executivo afirmou que se tivesse os R$ 800 milhões pedidos pelo Consórcio VLT, não investiria no projeto.

“Todos sabem da minha história com o VLT. Desde o início sou favorável ao BRT (Bus Rapid Transit), gosto de lembrar isso sim. Depois, o governador escolheu o VLT e tinha legitimidade para fazê-lo. Como senador, tenho 10 ofícios que cobrei e fiscalizei junto com os órgãos responsáveis. Fui eleito e encontramos Cuiabá com uma cicatriz rasgada no meio, tudo causado pelo VLT, precisamos terminá-lo”, afiançou Taques.

O chefe do Executivo ainda acrescentou que apenas depois da consultoria vai saber como o projeto será tocado: “Só depois disto tudo (consultoria) é que vou estar em ‘céu aberto’. Não posso terminar o VLT como o Consórcio deseja. Eu não tenho R$ 800 milhões. Se eu tivesse, eu não investiria neste modal hoje. Eu tenho o compromisso com o cidadão de terminar o VLT, faremos isto, mas de forma responsável”.

Taques ainda lembra o que aconteceu no viaduto da Sefaz (Jamil Boutros Nadaf): “É do mesmo jeito que aconteceu com o viaduto da Sefaz, eu fui até lá e disseram que estava 99%, falei que não aceitava. Por isso ficou mais uns dias fechado. Nossa administração tem que ter este diferencial”. Outro exemplo que o governador usa para mostrar como a implantação do novo modal foi mal feita são as composições que estão paradas no Centro de Manutenções, localizado em Várzea Grande: “Temos R$ 700 milhões (valor pago pelos vagões) parados”.

Obras paralisadas

A justiça suspendeu por mais quatro meses o contrato das obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O pedido, feito pelo Governo do Estado, foi deferido pelo juiz da 1ª Vara Federal, Ciro José de Andrade Arapiraca. Com isto, ficam interrompidos o contrato e o aditivo entre o Executivo e o Consórcio VLT, responsável pela execução dos serviços. Neste período, um estudo técnico será elaborado.

Por conta da judicialização, as obras do novo modal estão paralisadas há quase um ano. O projeto deveria ter sido entregue antes da Copa do Mundo de 2014, mas em decorrência de severos atrasos e erros em projetos, isso não aconteceu. Até o momento, foram pagos mais de R$ 1 bilhão, dos R$ 1,47 bilhão previstos. O Consórcio VLT pede um acréscimo de mais R$ 400 milhões para finalizar os serviços.

Porém, o Governo do Estado disse que não aceita pagar nem um centavo a mais pela obra. Além disto, o Executivo ainda estuda uma parceria público-privada (PPP) com alguma empresa, que poderia ser o próprio Consórcio VLT. Se isto acontecer, a construtora assumirá o restante das obras e poderá explorar o modal por 20 ou 30 anos.

Olhardireto

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