Polícia

Estudante de Medicina morto por ‘vigilantes’ faria 23 anos nesta terça

Crime ocorreu no final de 2014; Eric Severo foi amarrado na mata e morto com tiro na nuca, na BR-163, perto de Lucas do Rio Verde-MT

assassinadoNesta terça-feira (01), Eric Francio Severo, faria 23 anos de idade. O jovem sinopense, que estudava Medicina em Santa Catarina, foi brutalmente assassinado com um tiro na nuca, vítima de latrocínio, após ter a caminhonete S-10 roubada pela dupla Márcio Batista, 30, e Rafael Bueno Santos Mussuco, 25, no dia 27 de dezembro de 2014, enquanto passava férias com a família em Sinop (479 Km de Cuiabá).

“Há 23 anos, você chegava e enchia nossos corações de alegria. Saudade, Guri…”, publicou o pai de Eric.

Sem jamais conseguir se conformar com a perda do filho mais velho, os pais de Eric, Soely e Leonildo Severo prestaram sua homenagem com um outdoor instalado na cidade onde vivem, onde deixam a mensagem “Eric, você vive sempre conosco” e ainda lembram da campanha para que o projeto de lei que aumenta de 30 para 50 anos a pena para crime de latrocínio seja aprovada no Congresso Nacional.

Nas redes sociais, os pais também deixaram suas homenagens. A mãe lembrou de todas as coisas que o filho nunca mais poderá fazer e da dor que nunca cessa. “Gerar, amar, cuidar, educar, levar, incentivar, pescar, estudar, jogar, dormir, sentar com a família, viajar, namorar, jantar, malhar, ser médico, pai de família, e viver NUNCA MAIS, palavras que dilaceram nosso viver. Dor insuportável que bate 24 horas de nosso viver”, publicou.

O pai de Eric destacou a palavra “guri”, que ele introduziu na família após ir morar na cidade de Tubarão, em Santa Catarina, para estudar Medicina, que era o sonho do jovem e que hoje representa a maior dor dos pais em não ver o filho realizando. “Há 23 anos, você chegava e enchia nossos corações de alegria. Saudade, Guri… Guri, palavra que você trouxe do Sul… Nossa esperança é poder te abraçar de novo… É o que pedimos todos os dias… Se tiver um jeito de falar conosco daí, tome a iniciativa. Aqui, ainda não sabemos como fazer isso… Abraços. Beijos, filho amado…Não ver você realizar seus sonhos é a nossa maior dor”, registrou Leonildo.

Os amigos da faculdade de Medicina de Eric também não o esqueceram e prestaram suas homenagens. O universitário Felipe Pimmel publicou no Facebook a foto de uma camiseta do time de futebol da turma, feita especialmente para o colega que deixou saudade. O grupo de estudantes continua mantendo relações de amizade com a família e colaborando nas ações do Instituto Eric, criado pelos pais do jovem.

Relembre o caso

Em dezembro de 2014, Eric Severo, então com 21 anos, passava férias na casa dos pais em Sinop. Ele estudava Medicina em Santa Catarina e estava há um ano longe de casa.

Na noite de 26 de dezembro, uma sexta-feira, ele pediu aos pais para ir a uma boate, com a caminhonete S10 da família. A última vez que ele foi visto com vida foi saindo da boate, na madrugada do sábado (27 de dezembro). A caminhonete só foi encontrada no final da tarde daquele dia, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Os criminosos, dois seguranças da boate onde Eric passou a noite, confessaram à Polícia Rodoviária Federal que roubaram o carro para vendê-lo no estado de São Paulo.

 Os bandidos também confessaram que amarraram o corpo do jovem Eric e o mataram com um tio na cabeça, pelas costas, em um matagal na beira da estrada entre Sinop e Lucas do Rio Verde. O corpo só foi encontrado na tarde do domingo (28), dois dias após ele ter saído da casa dos pais.

Projeto de lei

Revoltados com a perda do filho para o crime, os pais de Eric iniciaram uma verdadeira peregrinação em busca de Justiça. Eles escreveram cartas para absolutamente todos os parlamentares da Câmara Federal e do Senado para que a pena de latrocínio fosse mais rigososa. Disso surgiu o projeto de lei 353/2015, de autoria do deputado Major Olímpio (SD/SP). Desde fevereiro de 2015 até maio deste ano, foram inúmeras viagens pelo país em busca de assinaturas para apoiar o projeto. Eles contaram com o apoio de familiares e amigos do Eric, que estudava Medicina em Santa Catarina, e também criaram o Instituto Eric para ajudar a campanha.

O resultado foi a coleta de 112 mil assinaturas, que foram entregues no Congresso Nacional pela família, em maio deste ano. Caso o projeto de lei seja aprovado, a pena para latrocínio e outros crimes hediondos passará de 30 para 50 anos.

RepórterMT

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