Polícia

Ex-homem forte, Eder começa a ser interrogado pela Justiça Federal hoje quinta-feira

94d1563ee873d9aa50a28c091e414885Principal réu do processo proveniente da Operação Ararath, o ex-secretário de Fazenda do Estado, apontado como gerente de um esquema de lavagem e crimes contra o sistema financeiro, Eder Moraes, começa a ser interrogado pela Justiça Federal, na tarde desta quinta-feira (07), em Cuiabá.

Preso pela Polícia Federal desde o dia 20 de maio, Eder, que estava no presídio da Papuda, em Brasília, e chegou a Cuiabá no dia 23 de julho, fez questão de acompanhar os depoimentos de suas testemunhas de defesa, mas não pode se manifestar. Agora, ele terá que apresentar ao juiz federal Jeferson Schnneider, e dar a sua versão a respeito do ‘sistema’, como ele mesmo chamava, que seria operado por ele, com o apoio do agiota e dono da rede de combustíveis Amazônia Petróleo, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça.

Os advogados de defesa dos demais réus do processo, que são o ex-secretário adjunto do Tesouro,  Vivaldo Lopes, o superintendente do Bic Bando, Luiz Carlos Cuzziol e da esposa de Eder, Laura Dias, afirmam que os depoimentos de suas testemunhas já seriam provas para inocentar seus clientes. Conforme as declarações todos alegam que não tinham conhecimento de que estariam tendo seus nomes envolvidos em qualquer processo ilícito, o que deve pesar ainda mais sobre Eder Moraes.

Entre suas testemunhas, Eder chegou a pedir que fossem ouvidos o governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), o ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR), e o deputado estadual José Riva (PSD), ambos citados nas investigações. Mas como o governador conseguiu a prerrogativa de enviar o auditor geral do Estado, José Alves, alegando que como é investigado tinha o direito de não produzir provas contra si mesmo, todos os também envolvidos no processo foram dispensados pela Justiça.

Desde que chegou a Cuiabá, Eder permanece preso no Centro de Custódia, anexo à Polinter. O ex-secretário deve continuar em Mato Grosso até seu julgamento.

A defesa de Eder já pediu o relaxamento da prisão pelo menos cinco vezes, mas a Justiça alega que ele deve permanecer preso para não atrapalhar o andamento do processo, já que exerce influência política como ex-secretário de Estado.

O ‘SISTEMA’

Conforme as informações do delator das investigações, o agiota Júnior Mendonça, ele teria aberto uma conta de sua empresa no Bic Banco a pedido de Eder Moraes,  para movimentações financeiras de interesse do ex-secretário de Estado. Mendonça relatou que Moraes pedia dinheiro emprestado a ele alegando ser uma solicitação do governador e esse dinheiro era transferido pela Factoring ou pela conta bancária da rede de combustíveis.

Conforme o inquérito policial, as provas recolhidas indicam a nítida intenção dos denunciados em dissimular os lucros ilícitos. A lavagem de dinheiro se realizaria por meio de um processo dinâmico, que distanciava os fundos de sua origem, evitando a associação diretas deles com o crime.

As várias movimentações financeiras dificultavam o rastreamento dos recursos. Ainda sobres os fatos que comprovariam o crime, o dinheiro era novamente disponibilizado aos emissores depois de ter sido suficientemente movimento para ser considerado “limpo”.

 

 

 

 

 

Reporter MT

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