Esportes

Fifa tenta isolar Blatter de caso de venda ilegal de ingressos

Grupo investigado tem contratos com a entidade há 20 anos

A Fifa e sua parceira comercial Match estão em crise por conta da investigação da polícia civil sobre a venda ilegal de ingressos da Copa-2014 que resultou na prisão de Ray Whelan, depois solto sob fiança. A entidade foi tomada de surpresa e ficou irritada com o anúncio da volta ao trabalho do executivo no Mundial após a detenção.

Ao mesmo tempo, a federação internacional tenta isolar o escândalo do presidente Joseph Blatter, cujo sobrinho Phillippe Blatter é um dos acionistas da Match Hospitality, uma das empresas do grupo.

Oficialmente, o discurso da Fifa é de que Ray Whelan é uma responsabilidade da Match e que apenas verificaria se ele estava credenciado para o Mundial. Mas, internamente, a entidade sabe que sua credibilidade foi afetada pelo escândalo.

Neste cenário, a Fifa entende que foge de qualquer bom senso a volta ao trabalho dele no Mundial enquanto ainda está em curso uma investigação da polícia. Haverá um questionamento à empresa em relação a essa medida, assim como em relação aos cerca de 80 ingressos que estavam em seu poder.

A federação internacional informou que Whelan era diretor de acomodação da Match Services, e não lidava diretamente com bilhetes. Por isso, a entidade vai pedir à polícia para ter acesso aos ingressos e saber qual a sua origem. O problema é que não há uma colaboração firme entre a Fifa e os policiais, com seguidas trocas de críticas entre as partes.

Em relação a Blatter, a estratégia da federação internacional é tentar minimizar o papel do sobrinho do dirigente Phillippe, que comanda a Infront, que detém 5% da Match Hospitality. A Infront ressalta não ter nenhuma relação com a Match Services, argumento usado pela Fifa para isolar o parente de seu presidente do escândalo.

O problema na política da Fifa é que até agora não foi tomada nenhuma medida forte para rever seu relacionamento com o grupo Match, que ganha concorrências na entidade há 20 anos e tem contratos até 2022 relacionados à parte de hospitalidade.

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