“Furacão Marina” obriga “PT negociar com PT” e aliados nos estados
O súbito crescimento de Marina Silva (PSB) nas pesquisas de intenções de voto ao menos serviu para uma coisa: fazer o PT descer do salto alto. O partido julgava capaz de vencer sem aliados a disputa presidencial. Caiu do cavalo como em corridas passada.
O novo quadro político-eleitoral obriga agora o PT a negociar com o PT. As correntes internas — e subcorrentes — passam a ter algum valor no jogo. Também ganham peso os aliados nos estados, fazendo os petistas refletirem um pouco sobre seu hegemonismo.
O desespero é do senador Aécio Neves (PSDB), que é visto pelo retrovisor de Marina. A presidenciável do PSB abriu considerável vantagem sobre o tucano, que tem 15%, segundo o Datafolha, e empatou com Dilma Rousseff (PT) com 34%.
A intensidade da artilharia tucana tende a aumentar nos próximos dias. A ideia é derrubar Marina para que Aécio volte a ocupar o segundo lugar e, por consequência, encarar Dilma no segundo turno. O PSDB tem como linha auxiliar a velha mídia para atingir seu objetivo, o que não é novidade alguma.
O PT assiste a briga pelo segundo lugar de camarote, haja vista que os índices de intenção de voto de Dilma permaneceram praticamente intactos depois da morte do ex-governador Eduardo Campos. Talvez tenha retardado seu crescimento nas pesquisas.
A ecocapitalista Marina Silva não tem estrutura partidária, siglas aliadas, nem programa de governo consistente. Sua candidatura é bastante vulnerável, entretanto, um vacilo pode ser fatal a 35 dias da eleição.
Portanto, a luz amarela acendeu nas hostes petistas. A cúpula terá de conversar mais, ou seja, fazer mais política com a própria militância e dirigentes escanteados pela eterna disputa interna. Se quiser reeleger Dilma, também deverá “afrouxar o sutiã” nos estados para aliados onde há “palanques duplos” do campo governista.
É a política como ela é sem Photoshop.
Caldeirão Politico